Ouvindo Sabiá.
O Cuanza desaguando no Atlântico
Entre obrigações emprestadas e necessidades sentidas, vou adicionando nostalgia neste domingo adomingado, enquanto ouiço Sabiá.
Aqui fica o poema de Chico para uma das mais bonitas música de Tom:
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
2 Comments:
!Traduzi esta canção há uns meses para um amigo norte-americano que passa a vida a cantar sons do Brasil sem quase saber português:) Mas, o que fica no ouvido e adoça a garganta não precisa de tradução.
Um dia, ainda hei-de saber o que se diz em "Yamore" ou "Katolon"
de Salif Keita:)
Ana
Pois é Ana. Tenho a plena convicção do meu fracasso ao por este poema aqui, pois que sem a magnífica melodia a suporta-lo ele perde talvez dois terços da sua força.
Quanto a questão da tradução, eu também sou assim: oiço Gino Sitson e cantarolo no meu "medumba inventado"
Oiço a Gigi, e acompanho-a no meu "Sacha- Aramaico", e assim por diante. Até mesmo quando oiço musicas em Kimbundo - uma das linguas da minha Terra, que um dia ei de aprender - tenho que aldrabar.
De qualquer maneira, em certas canções, também hesito em saber o verdadeiro significado do que está a ser dito. Tenho medo de ficar decepcionado.
Certas canções em linguas que não conheço já adquiriram um significado, uma história, que agora desconfio da verdadeira.
Post a Comment
<< Home