Ainda o debate entre Louçã e Portas (2)
[...] o chamado debate entre os dois não passou de um monólogo a dois, onde, desta, Portas não chamou Celeste Cardona a Louçã, bastando-lhe um carinhoso "vá lá, Francisco". O mais atacado pelo líder do PP acabou por ser Sócrates, porque não convinha pisar o terreno armadilhado pela competência de um brilhante doutor em economia
[...]
Louçã foi sóbrio, tecnocrático, anti-guerra, com muitos números, sentado na sua autoridade de professor da pretensa rainha das ciências sociais, apenas obrigando Portas a perder tempo com a defesa de Bagão e da tal banca que "nunca foge", mas atrapalhando o líder do PP quando não lhe admitiu que fizesse doutrina sobre o direito à vida: "o senhor não sabe o que é gerar uma vida"
[...]
eles, porque estavam em "pólos opostos", vivem naturalmente em polarização, mais irmãos do que inimigos, muito diferentes, mas todos iguais, sobretudo na abstracção de palavras como "verdade" e "mentira", ou em declarações como "a economia serve para criar qualificações", com muitos "postos de trabalho" feitos números e algumas "contas", mas com muita falta de pessoas vivas, aldeias, agricultura, mar e terra, onde nunca foram proferidas as sagradas palavras de "povo" ou de "nação", porque ambos nos falaram "do alto da burra", com delicadezas de colégio fino.
JAM, no "Sobre o tempo que passa"
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