10.2.05

é necessário transcender o capitalismo

[...]De forma jocosa e irônica, com direito a piadas e anedotas – a atual secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleeza Rice, por exemplo, transformou-se em "Condolência Rice" – o presidente venezuelano demarcou o território político e ideológico que separa o seu governo e o de George Bush. "O imperialismo temos que chamá-lo com seu verdadeiro nome: im-pe-ria-lis-mo", disse, acentuando cada uma das sílabas. "E nós somos antiimperialistas".

As relações políticas entre Venezuela e Estados Unidos, segundo o próprio Hugo Chávez, são "tormentosas". Os países mantêm suas embaixadas abertas e não deixaram de estabelecer relações comerciais em nenhum momento. Mas desde que, meses após o golpe de Estado sofrido pelo presidente venezuelano em abril de 2002, foram divulgados documentos que comprovam o envolvimento de Washington na articulação golpista, as relações, que já não eram amistosas, se deterioraram por completo.

Durante a coletiva, Chávez afirmou que "é necessário transcender o capitalismo". De acordo com a análise do presidente venezuelano, no marco do modelo capitalista será impossível solucionar os graves problemas de pobreza da grande maioria do mundo. "Não há solução dentro do capitalismo. Tampouco se trata de estatismo, de capitalismo de Estado, que seria a mesma perversão soviética, que foi a causa de sua derrocada. Temos que reivindicar o socialismo como tese, como projeto, como caminho. Um outro socialismo, que ponha o homem e não a máquina em primeiro plano, que enfoque o ser humano e não o Estado", discursou.



[...] Chávez defendeu que é preciso recuperar certas palavras. E citou o exemplo da igualdade. "Esse é um termo que temos que recuperar", defendeu. "Há várias palavras que foram engavetadas. Quase ninguém falava mais delas. Temos que começar a falar essas palavras, temos que começar a levantá-las como bandeira de luta. Você ouve o presidente dos Estados Unidos falar em seu discurso cinqüenta e tantas vezes em "freedom"[...] "
Eles falam de "freedom", "liberty", mas não falam em nenhum momento em igualdade"

enviado pelo Horácio
ler a reportagem de André Deak e Rodrigo Savazoni na revista Novae

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