4.7.05

Sem silêncio não há música

1
Quinze dias de silêncio.
Simplesmente não tinha o que dizer.
Ou melhor: das coisas que podia dizer, nenhuma era verdadeiramente sentida. O “sentir”, a “alma” estava virada para outro lado. Ainda está, um pouco.

Claro que poderia ter continuado a escrever, falando sobre coisas pensadas, ensaiadas, racionalizadas, pré-programadas. Mas não valia a pena. Sem “alma”, não há “blues” que resista. Podem-se tocar as mesmíssimas escalas, improvisar nos mesmos doze compassos, tocar os habituais acordes ou tentar os seus lógicos substitutos. Não importa o formato, sem alma, nada feito.

2
Devo dizer que o tempo de silêncio não foi programado. Mas a E-clair assumiu tão bem as despesas da casa, que, com menos pressão para re-bloggar, confesso que resolvi prolongar o ócio. Além do mais, os amigos “vigilantes” não mais têm reclamado do caos que era este espaço. Bom sinal.

Não sei se ainda sei fazer isto. Provavelmente nunca soube. De qualquer maneira, perdoem-me a presunção e o atrevimento de me inspirar nas palavras de Miles Davis. Dizia este, para explicar porque proibia os seus músicos de ensaiar: “eu pago-lhes para errarem em palco”. Assim sendo, preparem-se os amigos vigilantes: Posts e textos mal pensados, provavelmente mal escritos, sem alinhamento temático nem qualquer tipo de ordem, concebidos por uma alma amarfanhada, mas ainda assim razoavelmente retorcida, serão publicados brevemente, aqui, no vosso, nosso Abre-Surdo.

2 Comments:

At 9:29 PM, Blogger Horácio said...

:)

 
At 2:39 PM, Blogger @Memorex said...

Sem silêncio não há música, na verdade existe música sem silêncio, basta sentir a enorme capacidade dentro de nós... n é necessário escrever mais pq sentido tornam as palavras maos lógicas.

 

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