Vai-se Ouvir em Sines: Festival Musicas do Mundo (FMM)
Vem aí um grande, grandíssimo festival. Apetece-me agradecer a câmara de Sines, aos organizadores e até aos patrocinadores envolvidos neste festival, que promete. São três dias de música, da boa, daquela que é única, que tem assinatura, marca registada e que raras vezes se tem o previlégio de ouvir. Limito-me a destacar o que conheço:
No dia 30 David Murray vem com o seu projecto de pesquisa e fusão de música crioula, sobretudo do Guadalupe com Jazz. Como se não nos bastasse ele próprio como herdeiro da tradição coltraneana, traz com ele Pharoah Sanders, o saxofonista tenor que teve o privilegio de fazer parte da ultima formação que Coltrane montou, na altura em que caminhava definitivamente para a descoberta das raízes musicais, filosóficas e espirituais, contidas nos sons africanos. Ainda no mesmo dia 30, a mudança será radical, mas não menos interessante: O FMM traz-nos Tom Zé, o genial compositor, musicólogo e professor, com toda a sua pujança e originalidade, acompanhada de muito bom humor e letras cheias de conteúdo político. (Ouçam com atenção a musica “A chegada de Raul Seixas e Lampião no FMI”) Como diz um amigo meu, Tom Zé é uma mistura brasileira de John Cage com Manu Chão. É muito mais que isso, digo eu.
No dia 31, Roberto Rodriguez - tocou com Marc Ribot nos Cubanos Postizos, com John Zorn e, num registo mais pop, no Miami Sound Machine - Em todos se afirmou como um percussionista sólido com um conhecimento teórico e intuitivo (não fosse ele um cubano criado em Miami) de toda a tradição rítmica latina. Em 2002 lançou pela editora Tzadik, o álbum “El Danzon de Moisés”, nele funde ritmos e motivos judaicos com música cubana. É este projecto extraordinário que Rodriguez nos trás a Sines. Segue-se Rokia Traoré, cantora do Mali, que tem o seus dois últimos disco premiados pelos críticos da BBC e pela revista folk and roots. Sobre ela não me alongarei pois ainda não tive a oportunidade de a ouvir com atenção e apenas gosto de falar do que conheço.Ainda no dia 31 e para terminar o Festival: Femi Kuti, muito mais que apenas o filho de Fela Kuti “o rei do afro beat”. Femi tem voz própria, ainda que embebida no caminho traçado pelo papá. Os seus álbuns e espectáculos são cheios de energia e "groove".
Repito: Apenas falo aqui dos músicos que conheço, mas ainda há mais e acredito que os outros afinam todos pelo mesmo diapasão de qualidade. E tudo isto por um passe de 10 Euros para os 3 dias, ou 5 Euros por dia. O pessoal do FMM deve ter enlouquecido com certeza. Parabéns pelo elenco artístico. Vamos agora a musica!
Se quiser saber tudo sobre o Festival Musicas do Mundo de Sines:
http://www.fmm.com.pt
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