8.3.05

Coisa Lidas, no designado "dia da mulher"

O Dia Internacional da Mulher celebra-se há 30 anos mas, segundo a ONU, neste período de tempo pouco mudou. Apesar da insistência em lembrar que as mulheres têm direitos iguais na sociedade e que não são o sexo fraco, as diferenças continua a ser vincadas.

Os maus-tratos físicos e psicológicos são um dos principais problemas com que as mulheres se deparam actualmente, mesmo nas sociedades ditas modernas.

Pelo menos assim indicam os números que dão conta de que uma em cada cinco mulheres na União Europeia é vítima de violência doméstica, a principal causa de morte e invalidez nas mulheres entre os 16 e os 44 anos na Europa.

A emancipação feminina já tem história mas a discriminação no mercado do trabalho é outro dos problemas enfrentados pelas mulheres.



Entretanto.....


As mulheres representam mais de metade dos desempregados da União Europeia, ocupam a maioria dos trabalhos precários e ganham menos do que os homens, revela um relatório polémico da eurodeputada comunista Ilda Figueiredo, que o Parlamento Europeu vota na próxima quarta-feira.
(...)

Estas diferenças chegam aos salários, sendo que a remuneração horária bruta das mulheres era, em 2001, na Europa a Quinze, 16 por cento inferior à dos homens, uma diferença que é mais significativa na Alemanha e Reino Unido.

"Há discriminações no acesso das mulheres a um emprego de qualidade e em muitos países são insuficientes os serviços de apoio à família, designadamente para a guarda de crianças, de forma a ser possível conciliar vida familiar e profissional", refere no relatório.

O diagnóstico crítico da situação social na Europa – que inclui o emprego, exclusão social e pobreza, falta de oportunidades de formação e discriminação entre homens e mulheres – e as medidas preconizadas não agradaram aos eurodeputados da ala direita do Parlamento Europeu, tendo o relatório sido aprovado por escassa margem (22 votos a favor e 17 contra) na Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais.

Contudo, Ilda Figueiredo defende que os grupos socialmente desfavorecidos – como as mulheres, imigrantes e pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza – devem constituir os beneficiários privilegiados da formação ao longo da vida.

Sugere ainda a criação de um Pacto de Desenvolvimento e Emprego que dê prioridade ao crescimento de empregos de qualidade, que passe por uma segurança social pública e universal e pela redução do horário de trabalho sem perda de salários, objectivos que devem presidir à nova agenda da Política Social 2006-2010 da UE.

(....)
Ilda Figueiredo quer ainda medidas que condicionem as fusões de empresas e a deslocalização de multinacionais, apoiem as pequenas e médias empresas e conciliem o trabalho com a vida familiar.



Comentário que não é Abre-Surdo: Bem podes sonhar, Ilda. Só que entre a "realidade" e o "sonho" há toda uma "cosmética" .O relatório provavelmente nem vai ser aprovado.

1 Comments:

At 11:45 PM, Anonymous Anonymous said...

Muito foi conseguido desde o século XX mas claro há muito também por fazer.
Maus tratos são para mim a questão nº 1... eles contaminam tudo...
Há um sério descaso entre homens e mulheres hoje apesar da retórica...
E quanto ao apoio à família (leia-se filhos) tem muito que se lhe diga. Queremos cada vez menos ter filhos ou será que podemos cada vez mais escolher não os ter...? Não os temos porque não há condições ou porque eles ficam para trás nas prioridades?

Será que um dia irei celebrar o Dia do Homem?:)

Ana

 

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