7.3.05

A culpa é de todos menos minha

Anteontem à noite numa reunião do conselho nacional do CDS/PP onde Portas analisou os resultados:

Paulo Portas responsabiliza o partido de Manuel Monteiro (Partido da Nova Democracia, PND) e o seu "efeito de dissidência" por ter perdido dois deputados, um em Aveiro e outro no Porto. Se o CDS/PP não tivesse perdido esses dois deputado teria mantido o resultado obtido nas legislativas de 2002, 14 deputados.

O discurso do líder democrata-cristão no conselho nacional começou, precisamente, por uma análise das razões dos 7,3 por cento conseguidos nas eleições de 20 de Fevereiro:

-as eleições foram feitas em contraciclo e, portanto, na melhor altura para a oposição e pior para a coligação governamental;

-que há uma diferença entre o que o país precisa de fazer e o que o país está disposto a fazer;

- que houve algum efeito do apoio de Freitas à maioria absoluta do PS;

-que o discurso de alerta feito por CDS e PSD sobre eventuais alianças entre PS e Bloco de Esquerda acabou por levar uma parte do eleitorado de centro e mesmo centro-direita a votar nos socialistas;

-e que o CDS foi vítima de uma forte hostilidade cultural sem ter instrumentos de contracultura. Por isso, deixou também o aviso para o futuro: para além de ter de fazer uma oposição dura e inteligente ao governo, o CDS terá de fazer o que chamou de "combate de cultura" ao PCP e ao Bloco de Esquerda.


Carta Abre-Surda:

Caro presidente, Dr.Paulo Portas,
Inspirado pela sua sóbria identificação das causas do nosso resultado eleitoral e como prova da minha admiração deixo-lhe, humildemente, as seguintes sugestões e alguns comentários da minha própria lavra:

1.Envie-se imediatamente a fotografia de Manuel Monteiro para a sede do PND,

2.Tem razão quanto a diferença que há sobre o que o País precisa e o que está disposto a fazer. Esse povo preguiçoso não está disposto a sacrifícios, nem percebe a dimensão da honra de ter um um homem brilhante, um visionário como o senhor a liderá-los. São uns obtusos. A solução que proponho é simples: Mudar de povo já que este povo não o merece.

Talvez se possa pedir ao seu amigo, o senhor Donald Rumsfeld, uma troca: 6 milhões de Portugueses por 6 milhões de Americanos. Que tal? Para nós seria bom e para eles, que são tantos, nem se notava a diferença. (Escusa de lhe dizer que a ideia foi minha).

3.Quanto a Freitas, fez bem em mandar a sua fotografia pro largo do Rato. Mas não basta. Esse Freitas é um vermelhusco perigossísimo, já andou em manifestações da esquerda radical trotkysta e até chegou ao cúmulo de apresentar um livro de um líder maoista, cujo o nome não escrevo com medo que me provoque parkinsonismo. Assim sendo está-se mesmo a ver que se ele, o Freitas, se apanha com uma nesga de oportunidade ( que não vai faltar) poderá levar a cabo uma manobra terrorista radical contra algum dos veneráveis homens da Administração ( consigo mesmo visualiza-lo, fingindo-se distraído, a entornar uma chávena cheia de café nas calças do nosso grande líder mundial, o sr.George W. Bush). A fim de prevenir esse eminente desastre, que poder ter um efeito pernicioso irreversível para as relações de Portugal com os EUA, é fundamental contactar a sra.Condoleeza Rice, o sr.Rumsfeld, a CIA, oFBI e se possível o Arnold Schwarzenneger.

4. Sobre as causas da maioria absoluta do PS: Infelizmente, e apesar de muito nos termos rido na altura, aquela nossa invençãode que o PS se iria aliar ao BE, teve um efeito perverso. Deviamos era ter dito que o PS se iria aliar ao PSD. Se o tivessemos dito, aposto que a populaça temendo pelas malfeitorias que a dupla Menino-Guerreiro e Cyber-Engenheiro poderia perpetrar, correria a pedir que lhes salvassemos. Ah, como teria sido bom. Fica pra próxima.

5.Finalmente, penso que o CDS não poder continuar a ser vítima de tanta hostilidade cultural. Temos que começar por arranjar comentadores isentos que defendam apenas a verdade ( sabemos que a verdade é coincidente com a nossa opinião). É urgente contrariar a hegemonia na comunicação social de vozes da esquerda radical como Luis Delgado, José Manuel Fernandes, Pedro Mexia, Constança Cunha e Sá, Marcelo Rebelo de Sousa e Maria João Avillez, que só sabem elogiar o PCP e o BE. No campo das letras temos também que arranjar urgentemente versões de direita dos teimosos esquerdistas Vasco Graça Moura e a Agustina. Finalmente, no campo da música acho mais díficil encontrar por cá alguém que sirva ao mesmo tempo os nossos interesses e os nossos requintados gostos. Talvez seja mais fácil solicitar à secretária do nosso grande líder mundial, o sr. George W. Bush ( não perco uma oportunidade de escrever este nome) que nos faculte o número de telefone daquela menina, a Britney Spears, decerto ela estará disponível para dar a cara ( pelos menos a cara) por nós, como deu pelo nosso grande líder mundial, o sr. George W. Bush ( desculpe o meu exagero, mas não consigo conter-me)

Sem outro assunto de momento.
Força, estou consigo.

o seu,
Astragildo António Telmo Melo Correia de Ribeiro e Lima.

PS- Dê, por mim, um forte abraço ao meu amigo Telmo Correia ( vai ser ele, não vai?). Estou com ele também, Força. ( Já me estou a ver a gritar "Viva! viva o CDS/TC!, viva o CDS/TC!!")

0 Comments:

Post a Comment

<< Home