27.9.04

Palavras dos outros: Mario Mesquita

A questão reside em saber se o socialismo democrático, quando se assume em termos de eficácia governativa, apenas pode constituir-se como versão moderada do receituário neo-liberal, ou se, pelo contrário, fará sentido reconstituir o espírito reformador da social-democracia europeia dos anos 60 e 70. Este debate não é nacional, mas europeu. Sinal disso são os rumores de cisão na social-democracia alemã, com vista a constituir uma nova formação de esquerda, com apoio das centrais sindicais. A "ala esquerda" do Partido Social-Democrata (SPD) alemão, com o antigo líder e ministro das Finanças, Oskar Lafontaine, na primeira linha, desceu à rua, ao lado dos sindicatos, a manifestar-se contra as medidas financeiras e laborais do Governo de Gerhrard Schröeder.

Certo é que, nesta Europa de 2004, para reavivar o espírito de Lord Keynes, a justiça social e a intervenção do Estado na economia, é necessário possuir alma de guevarista. Após a queda do muro de Berlim, o reformismo transfigurou-se, ficando, subitamente, revolucionário

in A Televisão Dentro do PS
Por MÁRIO MESQUITA
Domingo, 19 de Setembro de 2004, no Publico.

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