16.11.04

Serão estes soldados, Homens?

Um soldado americano assassinou um homem iraquiano que se encontrava, no chão, ferido.

Isto só é notícia porque desta vez há imagens. E elas são impressionantemente claras.

Não fiquei espantado. Acredito que nesta, como noutras guerras, actos destes aconteçam muitas, muitas vezes vezes. Só diz o contrário quem é ingénuo ou é cínico.

Em Abu Ghraib, os actos perpetrados foram muito mais vis porque foram à frio, perversamente organizados, visando torturar, humilhar e, pior, obter prazer.

No filme de Michael Moore, Farenheit 9/11, as imagens dos soldados americanos nos tangues de guerra, em plena acção, ouvindo, com os altifalantes, em alta berraria uma musica com o refrão “let them bodies burn” impressionou-me muito mais. A sua imaturidade, a sua forma infantil de sublimar o próprio horror da guerra, como se estivessem a jogar um vídeo game, tudo isso me deixou muito mais nauseado.

É claro que isto poderia acontecer independentemente da nacionalidade dos soldados intervenientes. É verdade que, assim como em relação aos resistentes islâmicos, não devemos confundir a arvore com a floresta. Só que o exército americano é composto por voluntários. O marine em causa é um profissional. Só está nesta guerra porque quer, enquanto quiser. Não tem desculpa.


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