A respeito de listas e gostos.

Alguns, acham que a sua missão é questionar. Encontraram como postura levantar questões e regozijam-se com isso. Questionar é tomado com um acto de sensatez, inteligência, reflexão. E assim é, na maior parte das vezes. Mas, assim como não nos devemos apressar em dar respostas a questões que carecem de ponderação, também devemos não ter grande ansiedade em levantar questões. Assim como existem respostas erradas, também existem questões erradas. Outras são apenas inúteis.

Fazer listas (do melhor, do pior) é sempre um exercício defeituoso, evidentemente. Mas revela alguma coragem. A coragem de defender uma opinião e mostrar claramente não apenas o que se sabe mas sobretudo, o que se ignora.

As diferentes pessoas fazem as listas do que mais gostam (livros, concertos, filmes, cds etc) por diferentes razões: Uns, porque querem partilhar ou divulgar as "coisas" que “descobriram”. Outros porque querem homenagear aquilo que acharam que eram bom e criticar aquilo que acharam que era mau. Outros ainda porque querem suscitar debate. No meu caso, é apenas porque gosto de fazer listas. E gostos- como diz o nosso amigo Victor Hugo- não se discutem, lamentam-se.