9.3.05

Coisas Lidas

Há um gosto masoquista que atravessa a sociedade portuguesa e que muitas vezes é feito de pura ignorância. Considera-se que uma coisa não existe apenas porque se ignora que essa coisa existe. E vai daí temos uma rábula de indignação: parece impossível o estado a que isto chegou, somos sempre os mesmos, ora vejam só isto. Não significa que, por vezes, se não tenha razão. Mas noutras é um tique.

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A Centopeia, por Eduardo Prado Coelho.


O professor Marcelo e a Ana Sousa Dias dispuseram-se frente a frente no estúdio. Ela, suposta entrevistadora, ele suposto entrevistado. Engano. Ele anuncia o menu e embrulha-se nas transmissões das óperas da RDP2. Ela corrige-lhe o calendário (...)

Que fazes tu Ana Sousa Dias no meio do acelerador de partículas? Estás tão calma e avisada nas conversas que escorregam para a madrugada a dois. Tão serena, tão certeira a conduzir o diálogo fora do estilo tem três segundos para contar a história da sua vida. Havia necessidade? Não havia. O cenário é bonito. A mesa, mais ou menos. As chávenas e os pires, sim. Se eu fosse a Ana Sousa Dias, pegava nas chávenas e nos pires, dava-lhe a entrada, tipo boa noite professor, já pode começar, e ia-me à vida. No domingo seguinte mais duas chávenas e dois pires, e assim sucessivamente até ter o serviço completo. Limpinho.

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A Anita e o acelerador de partículas, por Álvaro Domingues.

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