14.4.05

Laboratorio Americano "brincando" com o H2N2

Por uma decisão equivocada, quase 4 mil laboratórios em 18 países receberam, de uma instituição de pesquisa americana, amostras de um vírus especial letal da gripe. A Organização Mundial de Saúde pediu nesta quarta-feira a destruição de todas as amostras, temendo o risco de uma pandemia - que é considerado pequeno, mas não desprezível. O vírus enviado é do subtipo H2N2, causador da pandemia da gripe asiática de 1957-58, que matou um a quatro milhões de pessoas.

- O vírus poderia causar uma epidemia global de gripe. Foi uma decisão pouco acertada enviá-lo - disse o coordenador do programa de gripe da OMS, Klaus Stohr.

O cientista explicou que amostras de vírus foram enviadas a 3.747 laboratórios de 18 países como parte de testes rotineiros que se fazem todos os anos. Mas a Agência Canadense de Saúde Pública comunicou, no dia 26 de março, que um laboratório do país identificou em um amostra o vírus A/H2N2 similar ao que circulou em 1957 e 1958, causando a chamada pandemia de gripe asiática, e que ressurgiu em 1968. A OMS alertou que "as pessoas nascidas depois de 1968 podem ter imunidade limitada a esse vírus, que não se incluiu em nenhuma das vacinas trivalentes contra a gripe".


Esta notícia é incrível.

O mesmo país que gastou 40 mil milhões de dólares com "Segurança Interna" em 2004 e que irá gastar mais 50 mil milhões em 2005, não conseguiu que o seu "sistema de segurança" impedisse um laboratório seu (Meridian Bioscience Inc., de Newtown, Ohio) de enviar a cepa (strain) asiática H2N2 do vírus da gripe a vários laboratórios sem que os mesmo tivessem disso conhecimento. Pudendo assim estar hoje estar a infectar - e possívelmente matar alguns-
milhões de pessoas.

Acabou por ser um laboratório de Manitoba no Canadá (por acaso um país com serviço nacional de saúde gratuito ), a testar os vírus do kit e a concluir que era a mesma cepa de gripe que causara a pandemia a escala mundial em 1957/58 e em 68 e foi assim que imediatamente alertou a Organização Mundial de Saúde e o U.S. Center for Disease Control.

A OMS, então começou a notificar laboratórios nos 16 países que receberam carregamentos dos tais kits. A mesma OMS que tem sido habitualmente criticada e tem tido o seu financiamento várias vezes ameaçado pelas "mentes brilhantes" que na Casa Branca e nas suas "delegações mundiais" tomam decisões sobre segurança mundial, saúde pública, bioterrorismo,etc.


PS- Não ví esta notícia ter tido o devido destaque em Portugal. Mas,o que importa um vírus da gripe quando comparado com o caso Terry Shiavo?

4 Comments:

At 7:05 PM, Anonymous Anonymous said...

O problema é que cada vez mais a palavra "segurança" é equacionada com as ameaças de bin ladens e afins ou com o crime de rua. A segurança de não morrermos envenenados pelos químicos, por todo um sistema de vida cada vez mais assente na contradição gritante, e neste caso por um "engano" (não percebo como ele pode ocorrer mas...) com consequências potencialmente muito graves... essa segurança não a temos.
Quanto ao caso Schiavo, tens razão quanto ao "tempo de antena", mas a discussão sobre ele (ou a partir dele) é fundamental: viver é o quê?
Um pormenor que para mim não é de somenos foi o método terrivelmente hipócrita e simbolicamente cruel (ou realmente cruel:há certeza de que ela não sofreu...?) de terminar uma vida vegetativa: retirar a água e a comida. Porque não uma injecção rápida, sem a convulsão do "quando morre, quando será?" Uma mulher que morre por não ter água é mais ético do que morrer com uma injecção? E qual a ética de se prolongar a todo o custo uma vida sem vida e deixar morrer centenas/milhares ali ao lado ou por esse mundo fora?

Ana

 
At 7:08 PM, Blogger Sacha said...

Ana, com a devida vénia, vou colocar o teu comentário como um post, pois vale a pena.

 
At 3:31 PM, Blogger Horácio said...

Sinceramente não percebo o "PS"... caro Sacha, o que é que o virus da gripe, e o acontecido, têm a haver com o caso Schiavo: tempo de antena?

Horácio

 
At 5:28 PM, Blogger Sacha said...

exactamente caro Horacio. A anaálise do "tempo de antenena" como indicador da importância que as coisas parecem ter , mostra o quão estranho vai o mundo.

 

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