Sebastianismo
Alguns preferem sonhar com o regresso de Dom Sebastião.
Então as eleições são legislativas ou referem-se apenas a escolha do primeiro-ministro?
Pensava que era uma questão de projecto.
Já agora, gostaria de saber como poderá esse Dom Sebastião ser o candidato do PSD a primeiro-ministro.
O PSD fará um congresso de emergência? Mas não foi Santana eleito recentemente com 90 e tal por cento dos votos? Vai toda a gente virar a casaca? E a moção de estratégia que Santana fez aprovar? Admitem que não serve? Quinze dias depois ? E isto deixaria o PSD com que dignidade? Teriam de corar todos de vergonha Seria uma nítida admissão de simples ambição de poder: Um líder apresenta um programa que tem aprovação de uma larga maioria; 15 dias depois esse líder encontra-se em maus lençóis; venha apresentar-se outro líder e um programa totalmente diferentes.
Não vale a pena personalizar tanto o exercício político. É evidente que a personalidade de Santana foi a principal razão para que o desastre, que foi este governo, fosse tão visível, tão evidente. Mas, independentemente de Santana, este governo era um desastre. Já o era com Durão Barroso. Só que este tinha legitimidade política para ser desastroso.
O principal problema é de programa político. De presença ou ausência de visão e de convicções. E de ter gente capaz de realizar esse todo esse programa. Santana não tinha nem uma coisa nem outra. Durão apenas tinha a obsessão do deficit das finanças públicas e uma visão neoliberal daquilo que deve ser a função do estado. E Sócrates parece não ter muito mais a oferecer que uma versão (mal) reciclada do Guterrismo.
Cavaco não tem um programa, mas terá certamente uma visão. Não sei é se essa visão ainda tem espaço nos dias de hoje. Duvido
De qualquer forma, dá para parafrasear Lobo Antunes quando disse numa recente estrevista que “para um homem de esquerda é duro admitir, mas Cavaco foi o melhor primeiro-ministro de Portugal desde o 25 de Abril”.
A Situação não é boa.
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