Coisas Lidas 4 (da campanha)
No delineamento rígido e opaco de Sócrates, no seu discurso regido por pontos principais debitados quase mecanicamente, em efeito cassete, sem características humanizadoras que o aproximem do comum dos mortais. E, no reverso da rigidez e opacidade de Sócrates, na aparente transparência de "homem comum" de Santana Lopes, insistindo no bom senso mais medíocre, falando pausadamente, como se todas as suas palavras tivessem importância e profundidade, mas não fazendo mais do que transmitir em termos vagos e formulações dispersas a noção do peso, da opressão e da inércia do mundo, como se este se estivesse lentamente petrificando e não fosse susceptível de transformação.
Alexandra Barreto no Público
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