14.4.05

Sobre "segurança" e sobre o "caso Terry Schiavo", Enviado por Ana

O problema é que cada vez mais a palavra "segurança" é equacionada com as ameaças de bin ladens e afins ou com o crime de rua. A segurança de não morrermos envenenados pelos químicos, por todo um sistema de vida cada vez mais assente na contradição gritante, e neste caso por um "engano" (não percebo como ele pode ocorrer mas...) com consequências potencialmente muito graves... essa segurança não a temos.

Quanto ao caso Schiavo, tens razão quanto ao "tempo de antena", mas a discussão sobre ele (ou a partir dele) é fundamental: viver é o quê?Um pormenor que para mim não é de somenos foi o método terrivelmente hipócrita e simbolicamente cruel (ou realmente cruel:há certeza de que ela não sofreu...?) de terminar uma vida vegetativa: retirar a água e a comida. Porque não uma injecção rápida, sem a convulsão do "quando morre, quando será?" Uma mulher que morre por não ter água é mais ético do que morrer com uma injecção? E qual a ética de se prolongar a todo o custo uma vida sem vida e deixar morrer centenas/milhares ali ao lado ou por esse mundo fora?

enviado por Ana.

Completamente de acordo contigo, Ana.
No caso Terry Schiavo a "injecção" seria visto como eutanásia, algo que o tribunal não teve coragem de assumir, até pelos precedentes que criava. Mas de facto também tenho grandes dúvidas não só sobre a ética mas também sobre a dignidade da "solução" "desidratação e desnutrição".

Pelas notícias nunca consegui perceber exactamente quais eram as areas do seu sistema nervoso central que estavam irreversivelmente lesadas. Mantinha autonomia cardio-respiratória (não estava ligada a máquina de ventilação artificial). Acredito que não tivesse mais nada, pelo que não terá "sofrido"no sentido sensorial do termo. Ainda assim, o método e maneira como morreu parece-me uma solução algo "brutal" até pela degradação física que implicou. Provavelmente, e se esse era o seu desejo, Terry Schiavo deveria ter tido alguém que estivesse disponível para ajudá-la a morrer. O que, provavelmente, deveria ter acontecido há muitos anos atrás.

1 Comments:

At 12:41 AM, Anonymous Anonymous said...

Um comentário promovido a post?;) :))
Lembrei-me agora do Ramon que vi no filme e pensei que realmente há morte libertadoras (pelo menos na ficção foi assim a de Ramon)mas outras há condenadoras, que deixam atrás de si um peso esmagador. E depois há todas aquelas mortes perfeitamente anónimas dos que não deixam pensamento nenhum na memória de quem fica mais algum tempo... E assim passamos pelo tempo...


Ana

 

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