Sanguinários (há um link)
O mesmo grupo sanguinário que assassinou o jornalista italiano Enzo Baldoni, na quinta-feira passada, depois de ter dado 48 horas a Roma para retirar as suas tropas do Iraque, ameaça agora matar dois jornalistas franceses se o governo francês não recuar na aplicação da lei que proíbe o uso do véu islâmico nas escolas e liceus públicos em França.
Tinham que inventar uma razão qualquer uma lhes serve. Não lhes interessa quem são as pessoas, o que representam, apenas vêem religião.
Segundo especialistas (ver link) o auto-designado "Exército Islâmico do Iraque" é um grupo radical que nem sequer é iraquiano, composto essencialmente por islamistas sunitas vindos, na maioria, de países vizinhos do Iraque, e sobretudo da Arábia Saudita. Estes grupos radicais têm um objectivo mais concreto: a constituição de um "bloco ocidental monolítico que seria visto como hostil ao mundo muçulmano", o que lhes facilitaria a sua acção junto dos povos árabes.
Ou seja estes assassinos pretendem incluir todos no mesmo pacote, instalando definitivamente o clima de ódio, propicio a “guerra santa” que pretendem inventar.Aproveitam-se da instabilidade e do caos criado no Iraque para isso.
O tiro saiu-lhes pela culatra pois todo o mundo islâmico os condenou:
O líder palestiniano Yasser Arafat foi o primeiro a condenar
Os governos dos países islâmicos (Egipto, Jordânia) condenaram
Na Arábia Saudita, o secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica (OCI), Abdelwahed Belkeziz, afirmou que esta tomada de reféns "é prejudicial ao Islão e aos muçulmanos".
O Comité dos Ulemas muçulmanos condenou o rapto
A televisão Al-Jazeera, pela primeira vez apelou a libertação
vários grupos iraquianos apelaram à libertação, dizendo o óbvio: que a execução dos jornalistas só beneficia "o inimigo ocupante".
E até os “ocidentalmente” designados “grupos terroristas” como o Hezbollah e a Jihad Islâmica, condenaram o rapto.
Está rápida resposta do “mundo islâmico” deve-se muito a dois factos:
1º Os jornalistas em causa eram profissionais especialistas no mundo Árabe e respeitados por isso. O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que se tratavam de “dois homens de boa-vontade que sempre mostraram a sua compreensão do povo árabe e o seu apego ao mundo árabe e muçulmano". Yasser Arafat conhece-os pessoalmente desde o tempo em que eles eram correspondentes em Jerusalém e em Amã.
2º A competência diplomática Francesa, que tudo tem feito para mobilizar os líderes muçulmanos lembrando o que atrás foi dito. Mais um ponto em que o governo francês está a milhas de distância da habitual arrogância americana e da patética arrogância italiana.
Os sanguinários, que perceberam que meteram o pé na argola, por agora alargaram o prazo e deram mais 24 horas.
Sinceramente gostava que o Hezbollah e a Jihad Islâmica além de condenarem, lhes dessem a eles 24 horas. Talvez aí voltassem do buraco de onde saíram, com o rabo entre as pernas.
http://jornal.publico.pt/2004/08/31/Mundo/I01.html
http://dn.sapo.pt/noticia/noticia.asp?CodNoticia=168430&codEdicao=1220&CodAreaNoticia=12