O Abre-Surdo
Kubanzas, Zuelas, Kussonekas e Curibotices (*) de três Angolanos vivendo em Portugal, dois em Aveiro e um no Seixal. (*pensamentos, falas, descrições e maledicências)
31.10.04
Hoje à noite na (rtp)2: há Jazz do bom: Jack de Johnette Special Edition, com Pat Metheny e Naná Vasconcelos
Osama prefere Bush
Osama Bin Laden resolveu sair do buraco em que se encontrava e, atravês de um vídeo, reaparecer e falar.Os analistas dividem-se sobre o efeito quea sua mensagem poderá ter nas eleições americanas.
A campanha de Bush, o núcleo da sua mensagem é baseada no terrorismo. O objectivo é provocar o medo e convencer o eleitorado que ele não é apenas o melhor, mas sim o único que pode triunfar sobre o terrorismo.
O terrorismo aparece personificado aos olhos dos americanos na figura de Osama Bin Laden. O "diabo" está de volta. O medo foi pois maximizado com o seu reaparecimento.
Subitamente lembrei-me do "Nome da Rosa" de Umberto Eco. É que sem medo do diabo a figura de deus, torna-se dispensável.
Bush tem em Osama, a ajuda final e preciosa que precisava para para ganhar as eleições.
30.10.04
Descobrindo quatro entrevistas
Na secção de Carlos Alberto Alves no site do curso de pós-graduação em Estudos Angolanos, quatro entrevistas aos pintores Eleutério Sanches, António Ole e aos músicos Mario Rui Silva e Barceló de Carvalho "Bonga" .
100.000 mortos :Eis o resultado do "sucesso catastrófico" no Iraque
Na Lancet Medical Journal, foi publicado um estudo de uma equipa de ciêntistas da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health de Baltimore que mostra que 100.000 iraquianos morreram em resultado da invasão americana do Iraque.
Segundo Les Roberts, que liderou a equipa de ciêntistas, os valores ainda assim são "conservadores" até porque o "hotspot" que é Falluja, por ter sido considerada demasiado violenta, foi excluida. Com a inclusão de Falluja o numero de mortos ascenderia para o dobro.
Les Roberts diz mais: que a principal causa foram os ataques aéreos em areas civís.
O estudo - Mortality before and after the 2003 invasion of Iraq: cluster sample survey
Les Roberts, Riyadh Lafta, Richard Garfield, Jamal Khudhairi, Gilbert Burnham- mostra mais:
Les Roberts, Riyadh Lafta, Richard Garfield, Jamal Khudhairi, Gilbert Burnham- mostra mais:
Que o risco de morte por causa violenta é 58 vezes maior agora que antes da guerra e que a maior parte das vítimas são mulheres e crianças.
O editor da Lancet, escreveu no seu comentário ao estudo:
“The invasion of Iraq, the displacement of a cruel dictator, and the attempt to impose a liberal democracy by force have, by themselves, been insufficient to bring peace and security to the civilian population. Democratic imperialism has led to more deaths, not fewer "
Imperialismo democrático, curiosa expressão essa.
Fontes Adicionais:
NewScientist;
ABC news
Leituras: A crónica de Daniel Sampaio n´A Capital
(...) Parecem mudanças pouco intensas, mas que são carregadas de significado. Vejamos alguns exemplos: O Serviço Nacional de Saúde deverá passar a ser designado por Sistema Nacional de Saúde - parece a mesma coisa, mas não é. O Serviço pressupõe a organização de uma rede de cuidados a toda a população, independentemente da sua condição social, devendo, portanto, ser gratuito; o Sistema engloba um conjunto de serviços, da mais diversa índole, em que a componente economicista do lucro pode ser a dominante. A independência dos media é afirmada, nem pode ser de outra forma numa democracia (exclama o "governo"), mas logo se introduz a ideia de limites à independência, ou de contenção nos comentários. Fala-se de combate à evasão fiscal, e todos concordamos, mas nada de significativo se vislumbra para derrotar os grandes fugitivos, que todos sabemos quem são. E de caminho critica-se a metadona e a despenalização do consumo da droga e insinua-se que o mal vem das visitas aos presos, para ao mesmo tempo se sugerir que os professores podem passar a ajudar os juízes, esquecendo que a principal causa do stress no pessoal docente é justamente a perda da sua identidade. Meus amigos, é mesmo hora de tocar a reunir. (...)
(...) Meus Amigos: Confio em vocês. Sou a favor do fosso intergeracional e adoro que os mais novos não concordem com os mais velhos. As sociedades avançam por rupturas, as famílias crescem emocionalmente quando se confrontam sem se afrontarem. (...)
(...)vejam o "governo" da República. Portugal transformou-se no paraíso dos humoristas.Existem tantas graças sobre os nossos "governantes", que se atropelam nas cabeças dos criativos de humor. E se tantas vezes não sabemos se a «Sit Down Comedy» de Luís Filipe Borges, neste jornal, ou as páginas do Inimigo Público são notícias a brincar ou descrições realistas, a verdade é que nos assalta a certeza de que Portugal vai mal.
Nesta semana vi estudantes espancados e a levar com gás, como era habitual no meu tempo, mas julgava impossível no vosso tempo; ouvi o director-geral das Prisões a propor a redução das visitas aos presos, para melhorar o problema da droga no sistema prisional; e indignei-me com o ministro da Presidência a falar dos limites à independência, a propósito da televisão pública. Se deixarmos estes factos sem protesto, o risível "governo" que temos proporá mais.(...)
(...)E por isso vos peço: ajudem a derrubar este governo. Pela verdade e dignidade da vossa geração. Leitura integral aqui
Leituras: crónica de Vicente Jorge Silva, no Diário Económico Da América a Portugal: medo e liberdade ,
“Se tivesse de escolher entre um governo sem jornais e jornais sem governo, escolheria sem hesitar a segunda solução”: a frase é de Thomas Jefferson, pai fundador da democracia americana, e Jacques Julliard recordava-a, recentemente, numa crónica no “Nouvel Observateur” sobre as eleições presidenciais da próxima terça-feira.
Depois de uma viagem de três semanas através dos Estados Unidos, Julliard chegou a esta constatação perturbadora: apesar dos desastres clamorosos da política de Bush – desde a ocupação do Iraque à situação económica interna – “a maioria dos americanos não vê isso: um filme invisível interpõe-se entre eles e a realidade”. E Julliard cita um dos mais prestigiados comentadores americanos, Paul Krugman, que refere, a propósito, o conceito orwelliano de “controlo da realidade”. Mais concretamente: “A realidade não é ou já não é um dado que se impõe a cada um, previamente a qualquer análise. É um parâmetro da acção política, entre outros, que releva de um tratamento apropriado. Da mesma maneira, prossegue Krugman, Bush e a sua administração conseguiram convencer uma parte da opinião de que as suas reduções de impostos a favor dos mais ricos (1% por cento segundo Kerry) são na realidade medidas populares destinadas a ajudar as pequenas empresas e a classe média”.
Julliard considera que “a introdução no interior de um país democrático de processos que relevam da propaganda totalitária, tal como a descreve Hannah Arendt, é aqui uma grande novidade. Ela permite explicar como um povo visceralmente identificado com as liberdades permanece globalmente insensível aos escândalos de Guantanamo ou de Abu Ghraib, ou aos abusos policiais que permitiu o Patriot Act.” Ora, esta situação foi em grande parte favorecida pela permeabilidade dos media à manipulação governamental, mesmo quando esta se revelava particularmente inverosímil e grosseira. Só muito tardiamente é que os media americanos acordaram para a deriva em que, entretanto, tinham embarcado. A extraordinária extensão do actual movimento de apoio a Kerry por parte da grande maioria dos jornais de referência dos Estados Unidos representa, aliás, uma espécie de acto de contrição pelos pecados cometidos. Mas teria sido bem mais avisado que os jornais (incluindo os respeitáveis “New York Times” e “Washington Post”), não se tivessem deixado instrumentalizar pela propaganda e sacrificado os critérios profissionais e o espírito crítico à promiscuidade com as fontes oficiais. Pode haver governos sem jornais, não há é democracia sem imprensa livre. Continuar a Ler
28.10.04
Crónicas Lidas II
(...) O país pode estar nos últimos lugares da Europa em tudo o que é positivo e pode encontrar-se nos lugares cimeiros em tudo o que é negativo, mas no plano do humor os progressos têm sido consideráveis. Deve-se isso por um lado à Mandala, à Contra-Informação (..) Deve-se por outro a "O Inimigo Público"(...) Mas uma onda de humor parece ter tomado conta do país e não há personagem pública ou privada que lhe resista.
Neste plano, devemos distinguir entre o humor subjectivo, que é aquele em que o sujeito faz humor porque tem intenção de fazer humor, e o humor objectivo, que é aquele em que o sujeito faz humor sem se dar conta de que está a fazer humor. Um caso de humor objectivo é o do ministro Rui Gomes da Silva (...) que inventou uma cabala entre o PÚBLICO, o "Expresso" (...) e Marcelo Rebelo de Sousa, e depois disse que se tratava de uma "cabala involuntária".
Mas exemplos não faltam. Quando o homem-forte do PSD no Porto, o gladiador e celebrado Marco António, diz que o PSD deve apoiar os candidatos que podem ganhar e esclarece que o major Valentim Loureiro é alguém acima de qualquer suspeita, um cidadão com um percurso irrepreensível, que terá o apoio da sua estrutura partidária, e será um excelente presidente da Câmara de Gondomar, Marco António não só mostra que o PSD para ganhar está disposto a tudo, como acrescenta a isto uma exuberante nota de humor negro.
E quando o ministro da República na Madeira, Monteiro Diniz, vem afirmar, em entrevista ao "Diário de Notícias" do Funchal, que "sem hesitação nenhuma" pensa que Alberto João Jardim "é um homem culto, muito inteligente, com um educação esmerada e um alto sentido de Estado" e que "não existe défice democrático na Madeira", a gente imagina como ele se rebolou a rir ao dizer estas coisas e mostrou à família, que ficou em êxtase com o seu inegável sentido cómico.
Quando Sotto Moura declara que o último partido a prejudicar seria o PS, uma vez que foi o PS que o designou (há horas felizes), a gente não resiste a um humor que tanto tem ilustrado o exuberante princípio que diz que "cada cavadela uma minhoca".
Quando Paes do Amaral (ainda não percebi se o homem é "e" ou "i") afirma que o famoso almoço com o Marcelo já estava combinado há muito e visava obter uns preciosos conselhos do amigo e professor e que nem uma só vez falaram das pressões governamentais (nem mesmo das que sofreu sob a ditadura de Cavaco Silva com uns fiscais de impostos que lhe entraram pela casa dentro), a gente fica perante uma alternativa: ou Paes do Amaral nos toma por parvos ou possui um extraordinário sentido de humor.
in "Como é Diferente o Humor em Portugal" por Eduardo Prado Coelho no Público
Crónicas Lidas
Este episódio é um retrato impiedoso da pequenez e da miséria moral deste tempo dos medíocres que vivemos, gente orientada pela mera preservação do poder a qualquer custo, e que se guia pela velha máxima de que quem não é por si é contra si. E, por isso, o inimigo tanto está no jornalismo independente, no comentário político adverso ou nos empresários que não necessitam de bater à porta do Governo, como nos companheiros de partido que não alinham no coro do amiguismo, do auto-elogio e da exaltação cega. Esta é a gente que risca os potenciais adversários das listas de delegados ao congresso com base em argumentos formais, como aconteceu a Manuela Ferreira Leite. E que não está minimamente interessada em conviver com o espectro da autoridade política de Cavaco Silva, ou a irrecusável lucidez e inteligência de Pacheco Pereira.
A ânsia deste Governo em ter uma comunicação social submissa e o controlo apertado de empresas de sondagens vem, aliás, de um tempo em que ainda nem sequer existia, mas nas hostes pós-cavaquistas do PSD já se respirava a poder face à decadência diária do guterrismo. E isso era uma peça importante do jogo da rápida transição geracional que queriam impor no panorama político à direita, para varrer todas as sombras tutelares ou referências históricas que pudessem permanecer. Era a hora dos jovens lobos que chegava e, como se vê, chegou!
in "Marcelo" por Eduardo Damaso no Público
Sinais
Ainda não vi "A Vila" ( e nem sei se vou ter tempo para ver). Mas já ouvi falar mal. Assim como ouço muitos falarem mal dos "Sinais". Os que não gostaram da Vila esperavam ir ver um filme de terror, os que não gostaram dos Sinais esperavam ir ver um filme de ficção cientifica.
Quanto aos Sinais é, para mim, o melhor filme de Night Shyamalan (sem contar com a Vila, claro). Trata-se na realidade um filme sobre um homem que perdeu a sua fé religiosa, usando o veículo do filme de suspense. Em Night Shyamalan, o veículo pode ser um herói de BD, terror, ou CFI, mas é o cinema clássico de suspense de Hitchcock a sua maior e mais nítida influência. Só que com a diferença é que o suspense é apenas a linguagem para um conto que é sempre uma metáfora mais abrangente. Por sorte intuitivamente percebi isso quando vi "Sinais" pela primeira vez e por isso gostei muito do filme. Depois, para satisfação minha pude confirmar que estava certo quando ao adquirir o DVD, assisti os extras e a explicação do realizador. Aconselho por isso a revisão do Filme Sinais, antes e após visualização dos comentários do autor. ( No continente, o DVD de Sinais está a venda a um preço acessível - 8 euros, vale a pena).
Este post foi motivado pelo seguinte post do Prazer_Inculto
PS- a despeito da publicidade, ei de publicar um post sobre as tesouros e pechinchas (CD´s e DVD´s) que as vezes se encontram nos continentes e wortens.
Quanto aos Sinais é, para mim, o melhor filme de Night Shyamalan (sem contar com a Vila, claro). Trata-se na realidade um filme sobre um homem que perdeu a sua fé religiosa, usando o veículo do filme de suspense. Em Night Shyamalan, o veículo pode ser um herói de BD, terror, ou CFI, mas é o cinema clássico de suspense de Hitchcock a sua maior e mais nítida influência. Só que com a diferença é que o suspense é apenas a linguagem para um conto que é sempre uma metáfora mais abrangente. Por sorte intuitivamente percebi isso quando vi "Sinais" pela primeira vez e por isso gostei muito do filme. Depois, para satisfação minha pude confirmar que estava certo quando ao adquirir o DVD, assisti os extras e a explicação do realizador. Aconselho por isso a revisão do Filme Sinais, antes e após visualização dos comentários do autor. ( No continente, o DVD de Sinais está a venda a um preço acessível - 8 euros, vale a pena).
Este post foi motivado pelo seguinte post do Prazer_Inculto
PS- a despeito da publicidade, ei de publicar um post sobre as tesouros e pechinchas (CD´s e DVD´s) que as vezes se encontram nos continentes e wortens.
27.10.04
Marcelo a Alta Autoridade e o Parlamento para aplaudir
I
De uma forma geral achei muito "fraquinhas" as questões dos membros da alta autoridade para a comunicação social. Ao invês de perguntarem sobre factos concretos, punham-se a pedir opiniões do Sr.Professor, que assim se manteve no seu tom de comentarista na análise de domingo.
As coisas significativas que o Prof. Marcelo disse e disse-as, só foram ditas porque ele tinha previamente planeado dize-las. Não porque os membros da AACS tenham sido incisivos nas perguntas que fizeram.
II
Acho que pelo menos alguns dos deputados do PSD e do PP devem sentir-se envergonhados pela maneira como estão a ser instrumentalizados. Como é possível que aceitem estar ali apenas para apoiar, para aplaudir o governo?
Estive a ouvir na sic notícias o deputado Jorge Neto, que disse quaquer coisa como isto: há uma obvia contradição, mas o assunto é para ser esclarecido entre o Prof.Marcelo e Paes do Amaral, por muito que o PS queira retirar dividendos.
Ou Jorge Neto acha que somos todos parvos ou ele não vê para além da questão de "quem ganha, quem perde". Não percebe que ao apoiar a atitude que o governo mandou o grupo parlamentar ter, perde ele, perde o seu grupo parlamentar e claro, perde o parlamento.
A matéria sobre a qual há a tal contradição, que Jorge Neto apenas que é do domínio interpessoal, era primeiro suficientemente importante para motivar que Paes do Amaral fosse ouvido. Agora não querem ouvir quem o contradiz? Então e o contraditório?.
Ao ouvir os "guilhermes silvas" e os "jorges netos" fico com saudades de ouvir no parlmento Pacheco Pereira, Antonio Capucho, antigos líderes de bancada parlamentar do PSD. É que a qualidade era outra. Por mais que se discorde deles.
Aiué Angola, em Kadiengue mais uma vez
O título e o tema foi-me sugerido pelo Horácio que me mandou o link para o Transparency International , onde o seu índice de percepção da corrupção, "o Corruption Perceptions Index 2004" mostra que Angola está entre os países mais corruptos do mundo.
Entre os 10 paises onde há menos corrupção como seria de se esperar proliferam os nórdicos: 1ºFinlândia, 3º Dinamarca e Islândia, 6º Suécia, 8º Noruega. A Holanda aparece em 10º, a Australia em 9º e a Suiça em 7º. A supresa é a Singapura que aparece em 9º lugar.
Logo a seguir aparecem países como a Inglaterra, Canadá, Austria, Alemanha e Luxemburgo.
Portugal está em 27º Lugar, O brasil em 59º, Moçambique em 90º.
Os melhores de africa são o Botswana 31º, a Africa do Sul 44º e a Namibia 54º. O Botswana está a frente de países como a Italia, Hungria, Grécia, Coreia do Sul e Republica Checa.
Mas....entre os últimos, os kabuilas, em kadiala, em kadiengue, está Angola em 133º : Na mesma posição, os "parceiros" são: a Republica Democrática(?) do Congo, a Costa do Marfim, a Georgia, a Indonésia(?!) o Tajikistão e o Turkmenistão.
Piores (será mesmo?) só o Azerbaijão (mas eles, ao menos têm a "deusa" e pianista Aziza Mustafa Zadeh), o Tchad, o Paraguai, a Nigéria, o Bangladesh e o Haiti. Motivador não?
Mas não fiquemos tristes... fiquemos tristissimos: somos vice-campeões mundias na burocracia. Não seria de esperar outra coisa. A burocracia é um instrumento fundamental para a corrupção. Mais uma vez os nosso concorrentes são o Chade, o Haiti, a Republica Democratica(!!???) do Congo e o Burkina Faso.
Como seria de esperar, os países menos burocratizados de Africa são a Africa do Sul e o Botswana.
Entre os 10 paises onde há menos corrupção como seria de se esperar proliferam os nórdicos: 1ºFinlândia, 3º Dinamarca e Islândia, 6º Suécia, 8º Noruega. A Holanda aparece em 10º, a Australia em 9º e a Suiça em 7º. A supresa é a Singapura que aparece em 9º lugar.
Logo a seguir aparecem países como a Inglaterra, Canadá, Austria, Alemanha e Luxemburgo.
Portugal está em 27º Lugar, O brasil em 59º, Moçambique em 90º.
Os melhores de africa são o Botswana 31º, a Africa do Sul 44º e a Namibia 54º. O Botswana está a frente de países como a Italia, Hungria, Grécia, Coreia do Sul e Republica Checa.
Mas....entre os últimos, os kabuilas, em kadiala, em kadiengue, está Angola em 133º : Na mesma posição, os "parceiros" são: a Republica Democrática(?) do Congo, a Costa do Marfim, a Georgia, a Indonésia(?!) o Tajikistão e o Turkmenistão.
Piores (será mesmo?) só o Azerbaijão (mas eles, ao menos têm a "deusa" e pianista Aziza Mustafa Zadeh), o Tchad, o Paraguai, a Nigéria, o Bangladesh e o Haiti. Motivador não?
Mas não fiquemos tristes... fiquemos tristissimos: somos vice-campeões mundias na burocracia. Não seria de esperar outra coisa. A burocracia é um instrumento fundamental para a corrupção. Mais uma vez os nosso concorrentes são o Chade, o Haiti, a Republica Democratica(!!???) do Congo e o Burkina Faso.
Como seria de esperar, os países menos burocratizados de Africa são a Africa do Sul e o Botswana.
* - Há uma correcção nos "Comments"
Rezar?
Cavaco Silva: "Rezemos para que o poder político não lance Portugal noutra crise de finanças públicas"
Quem é que "inventou" os Durões e os Santanas? Quem os "inventou"?
Então REZA TU!!!..... para que Deus te consiga perdoar.
Humor Abre-Surdo:Dormiu e Ressonou
Santana Lopes substituiu quase metade dos seus seguranças pessoais, três meses depois de ter tomado posse como primeiro-ministro. Terá sido um destes seguranças pessoais a lançar a notícia de que o primeiro-ministro terá dormido uma sesta entre dois compromissos. A notícia foi avançada pela TSF esta quinta-feira
MAs, O Abre-Surdo obteve, de um destes seguranças, a garantia de que Santana não só fez a sesta como ressona e fala durante o sono. Parece que chamou por uma tal de Cinha e insultou um tal de Marcelo.
Xenofobia na Web: Bush não nos quer lá
pelo diario digital soube que:
Os cibernautas que estejam fora dos EUA estão agora impossibilitados de aceder ao site oficial da campanha de George W. Bush, actual presidente norte-americano.
O bloqueio dos browsers localizados no exterior do país teve início segunda-feira. Desde então, as pessoas que tentam aceder ao site deparam-se com a seguinte mensagem: acesso negado.
Tratou-se de uma decisão política. Apenas os norte-americanos têm a "honra" de poder consultar a página.
Derrepente lembrei-me de uma musica do Tom Zé. Eis a minha adaptação da letra:
Se você souber quem foi o Hacker
Que impediu o acesso
A aquele site
Desembuche
Eu Desconfio que foi o Bush
Foi o Bush, Foi o Bush :-)
Eu nunca iria lá mesmo
E que tal um pouco de modéstia?
Clara Ferreira Alves, comentando a sua recusa em dirigir o DN disse: "Creio que o 'Diário de Notícias' perde mais do que eu perco com esta decisão",
Tudo bem que o DN andava meio SantN, mas um pouco de modéstia não lhe assentava mal de todo, cara Clara.
Barroso faz recuar Comissão “Buttiglionada” de Durão
Barroso teve hoje que recuar e dar o braço a torcer. Só o fez, já muito em cima da hora, porque as coisas não lhe saíram como estava a espera. Até ontem manteve-se na posição arrogante de Durão porque pensava que os governos de Blair, Zapatero e Shroeder iriam dar indicações aos seus eurodeputados socialistas que votassem a favor da comissão e que estes, como bons “yes boss”, cumpririam. Durão estava mal habituado. Só ontem, quando, inéditamente na historia do parlamento europeu, todos os 200 os deputados do Partido Socialista Europeu declararam que iriam votar contra a comissão “Buttiglionada” de Durão, é que o mesmo resolveu voltar a ser Barroso e não Durão
Pude, hoje de manhã, ouvir no rádio a declaração de Barroso. Mesmo antes de ele terminar o que tinha a dizer, os parlamentares percebendo a decisão de recuo começaram a aplaudir. Nesta altura, o locutor da Antena 1 comentava de forma pouco perspicaz , mas muito nacionalista que estes aplaudiam Barroso.É obvio que os parlamentares aplaudiam a vitória do parlamento sobre a arrogância de Durão. Aplaudiam o facto de Durão ter recuado e Barroso ter emergido de forma mais humilde e diplomática.
Agora, se Barroso estiver de facto interessado em ter uma comissão forte e competente tem agora novos trunfos: Tendo em conta este precedente, pode mais facilmente recusar os comissários “duvidosos” propostos por certos países. Esperemos que Barroso saiba aproveitar este trunfo. Esperemos que tenha percebido que o parlamento europeu não se presta ao simples papel de aplaudir e dizer sim. Quer ser ouvido. Esperemos que barroso tenha de facto aprendido a lição.
Pude, hoje de manhã, ouvir no rádio a declaração de Barroso. Mesmo antes de ele terminar o que tinha a dizer, os parlamentares percebendo a decisão de recuo começaram a aplaudir. Nesta altura, o locutor da Antena 1 comentava de forma pouco perspicaz , mas muito nacionalista que estes aplaudiam Barroso.É obvio que os parlamentares aplaudiam a vitória do parlamento sobre a arrogância de Durão. Aplaudiam o facto de Durão ter recuado e Barroso ter emergido de forma mais humilde e diplomática.
Agora, se Barroso estiver de facto interessado em ter uma comissão forte e competente tem agora novos trunfos: Tendo em conta este precedente, pode mais facilmente recusar os comissários “duvidosos” propostos por certos países. Esperemos que Barroso saiba aproveitar este trunfo. Esperemos que tenha percebido que o parlamento europeu não se presta ao simples papel de aplaudir e dizer sim. Quer ser ouvido. Esperemos que barroso tenha de facto aprendido a lição.
Como anunciava Carlos Magno na mesma Antena 1, Barroso recorreu a máxima Maoista de dar um passo a trás para depois dar dois em frente. Esperemos é que este dois futuros passos em frente sejam numa nova e melhor direcção
Na alta autoridade para a comunicação social: marteladas dolorosas no governo
O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa disse 3 conjuntos de coisas importantes na AAPCC, que se podem, traduzir no seguinte:
- Que Paes do Amaral tentou de facto condicionar os seus (dele, Marcelo) comentários políticos, considerando inaceitável que houvesse criticas sistemáticas ao governo e aconselhando-o a moderar o alvo e/ou conteúdo das críticas. Mas- acrescentou- não muito rápido, não muito drasticamente….. para não dar demasiado nas vistas...para não dar bandeira.
- Que isto aconteceu porque Paes do Amaral, que durante 4 anos nunca se preocupou com o conteúdo dos comentários de Marcelo, achou que sem que este se moderasse, os negócios que tinha em perspectiva, ficavam dificultados. Ou seja Paes do Amaral sentiu-se condicionado e tentou condicionar Marcelo.
- Que as declarações do inenarrável Gomes das Silva , foram uma obvia tentativa de o pressão e condicionamento da liberdade editorial da TVI.
- Que Paes do Amaral tentou de facto condicionar os seus (dele, Marcelo) comentários políticos, considerando inaceitável que houvesse criticas sistemáticas ao governo e aconselhando-o a moderar o alvo e/ou conteúdo das críticas. Mas- acrescentou- não muito rápido, não muito drasticamente….. para não dar demasiado nas vistas...para não dar bandeira.
- Que isto aconteceu porque Paes do Amaral, que durante 4 anos nunca se preocupou com o conteúdo dos comentários de Marcelo, achou que sem que este se moderasse, os negócios que tinha em perspectiva, ficavam dificultados. Ou seja Paes do Amaral sentiu-se condicionado e tentou condicionar Marcelo.
- Que as declarações do inenarrável Gomes das Silva , foram uma obvia tentativa de o pressão e condicionamento da liberdade editorial da TVI.
Perante isto acho que os deputados do PSD e PP deviam ter vergonha, perceber que é a sua própria imagem que esta em causa e permitir que finalmente haja um inquérito parlamentar que oiça Marcelo e Gomes da Silva e Paes do Amaral novamente. Se não o fizerem, pela segunda vez estão a dizer que aceitam ser figuras menores, instrumentos para aplaudir e sorrir pateticamente perante todas as acções do governo
Do ódio à inteligencia por Daniel Oliveira, no Barnabé
Eis um post com o qual estou inteiramente de acordo e de forma sintética encerra todo um manifesto daquilo que, penso, deveria ser a nossa atitude perante o conflito Israel/Palestina
26.10.04
Manobras na Casa Branca
Acerca de distorção e da mentira que se torna verdade há um filme obrigatório do qual me lembrei por estar a dar neste momento na RTP: Manobras na Casa Branca, com os melhores actores da sua geração: os senhores Robert DeNiro e Dustin Hoffman. Quem ainda não viu, deve ver. Quem já viu deve rever.
Buttiglione ou Crise?
Acerca de toda esta questão do senhor Buttiglione, três ou quatro notas:
Primeiro a falta de tacto de José Manuel Barroso, ao pedir a Berlusconi que indicasse o comissário para justiça e igualdade. Logo Berlusconi, um homem que na Itália tem usado de quase todos (inclusive fazendo aprovar alterações da própria lei) os expedientes para fugir da mesma justiça. É quase como ter pedido a Bugsy Malone que indicasse o procurador público de Chicago.
Depois, veio o senhor Buttiglione dizer uma série de alarvidades: Que o papel das mulheres é estar em casa; Que as mulheres solteiras não eram boas mães: Que o homossexuais eram pecadores. Enfim, uma série de frases que nem os bispos e arcebispos mais “ortodoxos” da a igreja católica se atreve actualmente a proferir em público.
Mais tarde tentou defender-se dizendo que isso eram convicções pessoais que não afectavam a sua “praxis” politica. O problema é que a sua praxis politica não é nada abonatória,( ver The Economist)
Sabe-se hoje que, além da oposição à comissão pelos partidos de esquerda, também os liberais vão votar maioritariamente contra (50 contra, vinte e tal a favor). Resta saber como se colocará o partido socialista, já que o tanto Blair como Shroeder apelaram aos “seus “ deputados para votarem a favor.
E tudo isto porque Durão Barroso prefere adoptar uma táctica de antes quebrar que torcer e ao invés de simplesmente mudar o pelouro do senhor Butiglione, resolveu fazer finca pé. Será isto não "melindrar" Berlusconi? Tenho dúvidas.
Devo dizer que nunca percebi muito bem a quase unanimidade dos vários governos da europa em torno de Barroso. Não entendo sobretudo o apoio da França, da Alemanha e de Espanha, ao mesmo senhor Barroso que esteve ao lado de Bush, Blair e Aznar na cimeira das lages, e que tanto esteve na origem de uma primeira divisão no apoio ao EUA. Talvez por que tendo Barroso sido a “ quadragésima quinta escolha” estavam todos já muito “cansados” e ansiosos por chegar a um nome mais ou menos consensual.. Sinceramente não podia haver uma escolha para Presidente da Comissão europeia que mais agradasse a George W. Bush.
Outra opção para resolver a crise era o próprio senhor Buttglione, percebendo que está na origem da tal crise, numa atitude de dignidade abdicar, mostrando para com Barroso a mesma solidariedade que este tem mostrado para consigo. Mas ele já mostrou que não está para aí virado, que não tem vergonha nenhuma na cara. O que deve, aliás ser entendido como um( mau) sinal vindo de alguém que poderá a vir a ser comissário europeu.
Buttiglione é, aliás, outra personagem bem a imagem de George W. Bush. As semelhanças de convicções e de atitudes entre o primeiro e os dois juízes ultra conservadores nomeados por Bush para o supremo tribunal é demonstrativo disso mesmo.
Quase que se pode dizer que os dois cenários possíveis para a Europa: a nomeação de Buttiglione ou a crise Europeia são uma “win-win situation “para Bush.
PS- Espero que os deputados socialistas e os liberais tenham a coragem de rejeitar a teimosia de Barroso e Butiglione. Que não se deixem "assustar" por aqueles que ameaçam com a crise institucional na Europa. Que votem primeiro no que acreditam, de acordo com as suas convicções, depois, se tiver que ser, que venha a “crise”. Melhor a “crise” que uma paz podre resultante de mera cobardia política.
25.10.04
24.10.04
"With a single bold stroke, Gigi stands as the most important new African singer on the scene today"
-Afropop Worldwide
"... even if you don't understand the lyrics of a song you understand the feeling ... "
-PULSE
"Beautiful!"
-The Urban Network
"Gigi has a sometimes eerie, sometime declamatory, and always free-flowing voice that holds you"
-Rhythm
"Gigi's flexible mezzo-soprano is an eloquent instrument that moves easily between girlish teasing and womanly resolve ..."
-CDNow
E a frase do Mês vai para o nosso Santanuts preferido: ..... Rui Gomes da Silva, Ministro dos Assuntos Parlamentares ( ou será dos assuntos para lamentar? ou ainda, como disse o pinto da costa assuntos particulares? :""as cabalas existem independentemente da vontade subjectiva de as constituir"
Palmas por favor
23.10.04
Abyssinia Infinite
O disco que neste momento mais anseio ouvir é o "toto-bona-lukua" um trio africano altamente recomendado pelo horácio. Enquanto esse não chega aos meus ouvidos o que vou ouvindo de momento é Zion Roots pelos Abyssinia Infinite, grupo criado e liderado para e pela voz belísima da não menos bela etíope "Gigi" Shibabaw.
Se no seu primeiro álbum de Gigi a música etíope surge com um som mais sofisticado, "orgânico" e cosmopolita, numa mistura de grandes musicos tocando "live" (Herbie Hancock, Wayne Shorter, Paroah Sanders, etc) e técnicas impecáveis de produção, ou não fosse o produtor Bill Laswell, já neste Abyssinia Infinite (Zion Roots) a maior parte dos músicos são etíopes e o disco é quase 100% acústico. A produção, a cargo da própria Gigi, é também muito boa e, por isso, passa despercebida. As melodias, cantadas em aramáico, são graciosas, as percussões são insinuantes e os outros instrumentos (acordeões, saxofones, guitarras) criam uma interessante viagem sonora pelas paisagens e civilizações da antiga Abyssinia. Mas a estrela é mesmo Gigi. O seu cantar extremamente sedutor, instilado de religiosidade e de erotismo é o que torna este disco hipnotizante e viciante. Um bom vício portanto.
Se no seu primeiro álbum de Gigi a música etíope surge com um som mais sofisticado, "orgânico" e cosmopolita, numa mistura de grandes musicos tocando "live" (Herbie Hancock, Wayne Shorter, Paroah Sanders, etc) e técnicas impecáveis de produção, ou não fosse o produtor Bill Laswell, já neste Abyssinia Infinite (Zion Roots) a maior parte dos músicos são etíopes e o disco é quase 100% acústico. A produção, a cargo da própria Gigi, é também muito boa e, por isso, passa despercebida. As melodias, cantadas em aramáico, são graciosas, as percussões são insinuantes e os outros instrumentos (acordeões, saxofones, guitarras) criam uma interessante viagem sonora pelas paisagens e civilizações da antiga Abyssinia. Mas a estrela é mesmo Gigi. O seu cantar extremamente sedutor, instilado de religiosidade e de erotismo é o que torna este disco hipnotizante e viciante. Um bom vício portanto.
21.10.04
Perdemos o Tubarão Lobo.
O cantor Ildo Lobo, uma das vozes maiores de Cabo Verde, morreu hoje na capital cabo-verdiana na sequência de uma queda, seguida de ataque cardíaco, informou a família.
O conhecido intérprete cabo-verdiano Ildo Lobo, foi uma das figuras de proa e vocalista dos Tubarões, grupo que marcou a música de Cabo Verde a partir da época da independência, em 05 de Julho de 1975, até à década 90 do século XX.Ildo Lobo, 50 anos, deu voz a compositores como Manuel d'Novas e Renato Cardoso e interpretou as grandes mornas que marcaram a sociedade cabo-verdiana como «05 de Julho», «Cabral Ká Morri» e «Porton di Nôs Ilha».Ultimamente fazia carreira a solo tendo gravado três discos. Também participou numa homenagem a Timor-Leste, durante a luta de independência deste país, com o funaná «Ask Xanana».Ildo Lobo participou ainda no disco Filhos da Madrugada, cantando músicas do português José Afonso, e tinha um CD pronto para sair, intitulado «Incondicional» que deveria ser lançado nos próximos dias
texto da TSF
17.10.04
infectados
Estou há uma semana desconectado: A causa? Os vírus. O meu e o dele.
O meu é o da gripe e desde terça-feira que estou atacado. O dele, não sei, mas acho que é mais complicado. O meu tira-me as energias para tratar dele. O dele tira-lhe discernimento para se ligar a net.
A culpa é minha e só minha. Não actualizei as vacinas do antivírus, porque a assinatura expirou. Negligenciei a quebra da temperatura e não me vacinei contra a gripe, o que
até era grátis. Resultado: ele expirou, eu espirrei.
Enquanto eu melhoro ele vem piorando. Primeiro, ao fim de dez minutos, desligava-se e ligava-se. Agora nem isso. Já não acede ao Windows. Agora apenas proclama orgulhoso: Award Bootblock, V1.0. 2000. O que quer dizer exactamente não sei.
Ontem, por entre tosses e expectorações, cefaleias e lombalgias minhas, ainda pensei ser possível salva-lo a ele, usando para isso, o seu próprio fantasma que guardo comprimido numa pastinha que ele próprio carrega. Na realidade era a mim que procurava salvar, uma vez que meus sãos os textos que ele contém. Uns meus na autoria outros apenas na posse. Mas qual quê: O vírus infectou a disquete que carrega o Ghost. Será possível? Com a minha inocente ignorância perguntei-me: Pode um vírus infectar um fantasma?
Pedi conselhos a um amigo. Conformei-me, tinha que apelar a solução drástica: ia mesmo ter que o formatar o disco ou pelo menos uma das partições. O pior é que muitos dos textos antigos estavam, na partição errada. Erro meu, mais uma vez. Só que até isso ele me recusou: não lê o CD de arranque e instalação do Windows 2000. Ou seja o gajo tem um disco à imagem de um cérebro humano: com dois hemisférios. Mas, como muitos cérebros humanos permanece afásico.
Perdi a paciência. Desliguei-o. Renunciei-o. A manhã levo-o a tratamento. Liguei a net ao outro. Feliz por finalmente ser promovido a número um, não me deu problemas até agora. Actualizei-lhe as vacinas, os "updates" e os "servicepacks" do Windows. Mas pelo sim pelo não, em jeito de ameaça, uma coisa lhe prometi: Se também ele me der problemas, deixo-o a precisar de um traumatologista e de Neurocirurgião.
O meu é o da gripe e desde terça-feira que estou atacado. O dele, não sei, mas acho que é mais complicado. O meu tira-me as energias para tratar dele. O dele tira-lhe discernimento para se ligar a net.
A culpa é minha e só minha. Não actualizei as vacinas do antivírus, porque a assinatura expirou. Negligenciei a quebra da temperatura e não me vacinei contra a gripe, o que
até era grátis. Resultado: ele expirou, eu espirrei.
Enquanto eu melhoro ele vem piorando. Primeiro, ao fim de dez minutos, desligava-se e ligava-se. Agora nem isso. Já não acede ao Windows. Agora apenas proclama orgulhoso: Award Bootblock, V1.0. 2000. O que quer dizer exactamente não sei.
Ontem, por entre tosses e expectorações, cefaleias e lombalgias minhas, ainda pensei ser possível salva-lo a ele, usando para isso, o seu próprio fantasma que guardo comprimido numa pastinha que ele próprio carrega. Na realidade era a mim que procurava salvar, uma vez que meus sãos os textos que ele contém. Uns meus na autoria outros apenas na posse. Mas qual quê: O vírus infectou a disquete que carrega o Ghost. Será possível? Com a minha inocente ignorância perguntei-me: Pode um vírus infectar um fantasma?
Pedi conselhos a um amigo. Conformei-me, tinha que apelar a solução drástica: ia mesmo ter que o formatar o disco ou pelo menos uma das partições. O pior é que muitos dos textos antigos estavam, na partição errada. Erro meu, mais uma vez. Só que até isso ele me recusou: não lê o CD de arranque e instalação do Windows 2000. Ou seja o gajo tem um disco à imagem de um cérebro humano: com dois hemisférios. Mas, como muitos cérebros humanos permanece afásico.
Perdi a paciência. Desliguei-o. Renunciei-o. A manhã levo-o a tratamento. Liguei a net ao outro. Feliz por finalmente ser promovido a número um, não me deu problemas até agora. Actualizei-lhe as vacinas, os "updates" e os "servicepacks" do Windows. Mas pelo sim pelo não, em jeito de ameaça, uma coisa lhe prometi: Se também ele me der problemas, deixo-o a precisar de um traumatologista e de Neurocirurgião.
13.10.04
Escutando Drummond: Mãos Dadas
Mãos Dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso a vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
os homens presentes, a vida presente.
Carlos Drummonnd de Andrade - in Sentimento do Mundo (1940)
12.10.04
Drums as a solo instrument
In a way I feel like I'm always soloing. I love my role in the band as a supporting player. When it comes time for the band to make music together I'm no longer the leader. We all respect each other, and we care deeply about the group sound. Sometimes the music calls for the drums to take a greater role. If not that's fine with me.
The Brian Blade Fellowship
It happened over a five-year period. I'd talk and play with [pianist] Jon [Cowherd]. Jon and I started writing music, and we were joined by other people along the way: Melvin Butler and John Walden (saxophones), Dave Easley (steel guitar), first Jeff Parker then Kurt Rosenwinkle (guitar), Chris Thomas (bass), and Daniel Lanois (guitar). [Joni Mitchell also guests with the Fellowship on the new Blue Note CD "Perceptual".] Attention to tone is a unifying element--how we touch our instruments. And we like to keep each other guessing
Abrindo Música: Brian Blade
Brian Blade é um dos “top jazz drummers" dos últimos 10 anos.
O seu "trabalho" começou a ser notado inicialmente no quarteto de Joshua Redman. Deste quarteto emergiria o trio de Brad Maldhau, mais uma vez com Blade "sentado" na bateria. Mais tarde, quando Pat Matheny resolveu voltar ao formato de trio e precisava de uma baterista versátil mas também sensível e subtil foi Blade quem ele requisitou. A versatilidade confirmou-se ao ser também chamado por “ Joni Mitchell” e mais recentemente no muito aclamado quarteto de com que Wayne Shorter regressou.
Mas Blade é mais, muito mais que um mero acompanhante e é por isso que dele falo aqui. Revela-se um compositor a ter em conta e sobretudo quando o faz para o seu grupo: o Brian Blade Fellowship com o qual gravou dois discos (o homónimo e o perceptual).
O grupo faz uma música, a sua música que está totalmente para além do mero virtuosismo. É a essência do som, a pureza do próprio som em si aquilo que os move. O que eles procuram alguns chamaram de “espiritualidade”. E o resultado é algo de extraordinário.
A música de Fellowship é jazz obviamente mas alimenta-se de muita da tradição e folclore da música americana. Há referências country (não é por acaso a inclusão de Dave Easley tocando “pedal steel guitar” e de Daniel Lanois tocando guitarra e “bandolim” no grupo e paira também a música do folclore índio.
Do primeiro disco destaco os três primeiros temas (Red River Revel, The Undertowe e Folklore) e bem como Mohave, a sexta.
No cd há interessantes explicações sobre o que originou os temas.
Em conclusão: Brian Blade é alguém capaz de nos dar uma perspectiva diferente das possibilidades da bateria como instrumento de acompanhamento, como diria o Joe “o homem bate naquelas peles como se estivesse a tocar violino”. Mas Blade é mais do que um mero baterista. Para ouvidos que queiram estar atentos Brian Blade compõe e oferece-nos muita e boa musica.
Brian Blade on Writing music:
I write for our particular musical voices. I start working on a song by myself on guitar, but it doesn't really gel until I hear the band play it. That's when I get wrapped up in it emotionally. Writing feeds every other element of my music--my drumming gets better. Also it helps me to play other people's music. Writing is an abstract concept to me. I can't say ahead of time I'm going to do it. I have to be ready to feel the inspiration--say an experience is manifesting itself
Mais sobre Brian Blade:
Blue Note
The Drummerworld
AllAboutJazz, meet brian blade
8.10.04
Elfriede Jalinek, prémio Nobel da literatura, Não Quer Ser "Uma Flor na Lapela da Áustria"
Muitos esperavam que a Academia Sueca premiasse uma mulher, mas a "ousadia" do Comité Nobel ao distinguir, ontem, a escritora e dramaturga austríaca Elfriede Jelinek surpreendeu o mundo das letras.
Nas suas primeiras declarações, a uma rádio sueca, após o anúncio do Nobel, Jelinek afirmou recear que a distinção se transforme "num enorme fardo pessoal". Sofrendo de "fobia social", nas suas próprias palavras, a escritora expressou já a sua intenção de não se deslocar a Estocolmo, no dia 10 de Dezembro, para receber o Nobel. Feminista e acutilante, disse ter consciência de "que quando uma mulher ganha um prémio, recebe-o também pelo facto de ser mulher e não se pode alegrar ilimitadamente. Se Peter Handke, que o merecia mais do que eu, o tivesse recebido, então seria como Peter Handke".
Igual a si mesma, Jelinek frisou que se recusa a metamorfosear-se numa "flor na lapela da Áustria". "Elfriede Jelinek tem razão quando afirma que não quer que o Nobel tenha um significado para a Áustria", escreve o diário de referência austríaco "Der Standard" na sua edição de hoje, referindo que a autora se distancia totalmente do actual Governo, que a elite económica e política do país há décadas que evita Jelinek. "Porque razão deveria uma mulher que muitos gostariam de ver banida receber um prémio pela Áustria?", interroga o jornal, que diz que se trata, no entanto, do "reconhecimento da literatura resistente dos últimos cinquenta anos".
Continue a ler Elfriede Jelinek Não Quer Ser "Uma Flor na Lapela da Áustria" Por HELENA FERRO GOUVEIA
Wangari Maathai, Nobel da Paz:
A queniana Wangari Maathai tornou-se hoje a primeira mulher africana a ser galardoada com o prémio Nobel da Paz. O comité justificou a atribuição do Nobel da Paz a Maathai, pela sua contribuição para o desenvolvimento sustentado, democracia e paz.
A causa ecológica «é um aspecto importante da paz porque, quando os recursos rareiam, lutamos para os conseguir», afirmou a premiada em declarações à televisão estatal da Noruega, NRK. Defendendo a ecologia, «lançamos as sementes da paz, para o presente e para o futuro», disse.
Maathai foi responsável pela Campanha Jubileu 200, através da qual desempenhou um papel crucial nos apelos ao perdão da dívida dos países pobres africanos.
No entanto, é na área do Ambiente que mais se tem destacado, sendo a primeira mulher a obter o doutoramento (em 1971) em Ciência Biológicas na África Central.
A Nobel da Paz 2004 fundou em 1977 o Green Belt Movement e ajudou à plantação de 30 milhões de árvores em África. Liderou este movimento até 2002, altura em que foi eleita para o parlamento queniano.
Também conhecida pela defesa dos direitos das mulheres, Maathai presidiu ao Conselho Nacional das Mulheres do Quénia entre 1981 e 1987, organismo ao qual ainda está ligada, além de fazer parte da Organização para o Desenvolvimento das Mulheres e do Ambiente (WEDO, sigla em inglês).
Foi ainda directora da Cruz Vermelha queniana entre 1973 e 1980 e integra agora a Cruz Verde Internacional. No âmbito das Nações Unidas, é membro do Conselho sobre Desarmamento e da Comissão Global de Governação
Em 2003 foi convidada pelo presidente queniano para vice- ministra do Ambiente, Recursos Naturais e Vida Selvagem.
fonte: expresso
Abrindo Posts e Artigos
"A republica da tanga" por Ana Gomes no causa nossa, curto, grosso e saboroso
O jornal da nova democracia sai-se com esta notícia ao estilo do Inimigo Publico. Ao menos se fosse verdade...
No Barnabé: análise ao debate Cheney Vs Edwards
Assim vai a saúde em portugal. E depois os culpados são os médicos: Apagão" nos Cuidados Intensivos de São José
Alguém me explica o que se está a passar na Guiné Bissau? Uma análise possível é a do Adamastor no Bazonga da Quilumba.
No Pululu: finalmente uma boa notícia, o caminho de ferro de benguela vai ser reabilitado. Com ajuda do governo ....chinês
Um dos conselheiros de Ariel Sharon admite que o plano de retirada da faiza de gaza é apenas um estratajema para liquidar o plano de paz e impedir que haja estado palestiniano: No Haaretz
e no causa nossa por VM
Tranquilamente(?!) Descarado
“Eu não comento declarações de Ministros. Era só o que me faltava!”
Santana Lopes à comunicação Social.
E que tal comentar a declaração do primeiro-ministro ao dizer que não comenta declarações de ministros?
Um Santanuts tranquilamente descarado
Nuno Morais Sarmento disse na RTP que "se calhar a TVI acabou com os comentários de Marcelo porque agora têm o futebol aos domingos".
Tinham qualidade?
Em declarações à Rádio Renascença, Cavaco Silva considerou que se a saída de Marcelo Rebelo de Sousa "configura uma forma de censura, ainda que encapotada, uma limitação à liberdade de opinião própria de uma democracia pluralista", então o país está "perante um caso muito, muito grave".
Afirmando que as análises que Marcelo Rebelo de Sousa fazia na TVI todos os domingos tinham "indiscutível qualidade", Cavaco Silva considerou ainda ter havido "um tremendo erro da parte dos que estão por detrás do seu afastamento".
O ex-primeiro-ministro salientou, no entanto, que "só o próprio pode esclarecer o que se passou".
Comentário:
Estou de acordo com o Prof. Cavaco com quase tudo. Menos com a “indicutivel qualidade” . A qualidade dos comentários do Prof. Marcelo é para mim muito discutível. OS comentários eram de grande ligeireza em quase todos os domínios: Nos livros que recomendava e por onde só tinha passado os olhos, na preferência pela politiquice ao invés da politica das grandes questões, porque era de facto tendencioso ( e não me estou a referir ao comentários ao governo PPD-PP) e porque finalmente não evitava misturar tudo isto com qualquer outro assunto que calhasse (futebol, musica, política internacional, etc). Muito mau, muito popularucho. O que não invalida em nada a condenação que deve ser feita ao seu silenciamento.
Mas, nunca me esqueço da frase do meu camba Victor (não me esqueci do C) Hugo: gostos não se discutem, lamentam-se.
Já agora revejo-me mais no comentário de Pacheco Pereira:
"Marcelo é previsível nas suas críticas e nos seus silêncios, nos seus venenos e nos seus ajustes de contas, nas suas verdades e nas suas meia-verdades, só que uma coisa é ter do outro lado alguém convicto do que está a fazer, ou sabendo o que está a fazer, e outra alguém que se desintegra de medo perante o "professor". Esta é que é a questão, e é por isso que calar Marcelo seria um atentado efectivo à liberdade de expressão no seu conjunto e um péssimo sinal para a saúde da nossa democracia. Controlo e censura são respostas da fraqueza. " (tirado do artigo A resposta da fraqueza cujo link está no post abaixo)
Abre Artigos: sobre a censura a Marcelo
A resposta da Fraqueza por JPP no Público
Este é delicioso: O contraditório de Eduardo Prado Coelho
E, incrivel !, dou comigo a concordar com JMF do Publico em "ainda mal começou"
7.10.04
Eulogy to Willie
My Friend Willie says
He’s the King of Nothingness
May be.
But he has something:
He’s got Soul.
And, oh my
What Soul.
Depois das Santanetes, chegaram os Santanuts
Sobre o tema quente do momento: o “delito” de opinião de Marcelo e se silencio ou silenciamento muitos já escreveram aquilo que tem que ser dito.
Basta ir ao Abrupto, ao Causa Nossa, ao bloquitica ( não estou a conseguir por os links).
Apenas umas notas curtas:
O partido mais descriminado e atacado nos média portugueses é o PCP. E mesmo este nunca caiu no ridículo de pedir contraditório numa estação privada.
Ao ouvir as declarações do ministro Rui Gomes da Silva sobre Marcelo, pensei para comigo que com ele surgia um novo conceito: depois das Santanetes, os Santanuts, Mas como mais uma vez conseguiram o que queriam, afinal não são tão “nuts” assim.
Percebe-se nas entrelinhas que Marcelo saiu porque lhe terá sido “pedido”, por Pães do Amaral, mais ou menos isto:
mais crítica ao PS, sobretudo agora,
mais ridicularização do PCP,
remoques e ironia para Louça e o Bloco,
mas poucos, se possível nenhuns comentários depreciativos ao desempenho do governo PPD-PP de Santana e Portas.
Mas será Marcelo uma vítima? Até certo ponto sim. Mas não nos devemos esquecer que Marcelo usará esse seu novo estatuto. A saída da TVI abre-lhe as portas de regresso a política activa. Marcelo volta a ser um caminho para o PSD. Marcelo terá sempre um papel a representar no PSD quando este ou uma parte dele se tentar livrar do “erro” Santana e do seu PPD (onde de certeza milita esse ministro “Santanote” de nome Rui Gomes da Silva). E podem estar certos que Marcelo estava também consciente disso mesmo ao rescindir com a TVI.
Este governo é tão mauzinho e tão incapaz, que querendo silenciar um concerto a solo (não que não haja outros, mas este era o de maior audiência), irá proporcionar uma sinfonia, que vai tocar por dias e dias até as cordas de cada instrumento rebentar e os pistões das secções de ventos e metais se gastar.
E pior ainda, fá-lo pouco depois de o PS ter dado uma imagem de grande tolerância ao pluralismo e à crítica.
Para bom entendedor:
Marcelo Rebelo de Sousa
"Na sequência de uma conversa da iniciativa do presidente da Media Capital, Miguel Paes do Amaral, decidi cessar, de imediato, a colaboração na TVI, a qual sempre pude livremente conceber e executar durante quatro anos e meio", declarou Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa.
ou seja Paes do Amaral disse-lhe:Agora e aqui se acaba a liberdade. Marcelo disse, Então adeus.
Socrates e a sua esquerda moderna
O texto do JPP no Abrupto
KENNEDY E A "ESQUERDA"
Seria bom lembrar ao secretário-geral do PS que não é muito prudente aplicar a dicotomia europeia esquerda/direita à política americana sem dar asneira. Dizer que Kennedy é da "esquerda americana" é no mínimo bizarro. Kennedy, o amigo da Mafia, o invasor da Baía dos Porcos, o "eu sou berlinense", encaixa mal na classificação, se a levarmos a sério. Já Lyndon Johnson, por estranho que pareça, encaixa melhor.
O PCP anda Azarado ?
O PCP parece andar mesmo azarado. Não há comentador “independente” que não lhe "caia em cima": todos dizem a mesma coisa: um partido fechado, ortodoxo, cinzento, que quando na escolha entre a renovação e o definhamento, escolheu o segundo, etc. Os próprios jornalistas, quando as notícias são sobre o PCP, sentem-se com liberdade de se tornar comentadores, e fazem-no sempre em tom jocoso e de desprezo. Finalmente o próprio estilo do PCP não favorece os moldes que a comunicação hoje exige: A personalização das ideias, a “pessoalização” do debate. O discurso do PCP é pois um colectivo sobre o colectivo (a comunidade, a sociedade, as classes sociais, o País). E sempre que isto acontece, lá vêm os média com a cassete sobre a cassete que é o discurso do PCP.
Agora, com a saída de Carvalhas, parecia que até Novembro o PCP ia finalmente ter algum espaço na comunicação social. Não evidentemente pelas razões que o PCP queria, mas porque haveria campo para a especulação: quem será o próximo SG: Carvalho da Silva? Jerónimo de Sousa? Odete Santos? Bernardino Soares? Ilda Figueiredo? E o que vem aí? A tal esperada renovação? E o comité central? E a ortodoxia? E Álvaro Cunhal ainda “mexe”? Seriam minutos e páginas preenchidas com especulação...Mas...Azar. a polémica em torno das opiniões domingueiras de Marcelo tudo levou. O PCP vai ter de esperar. Mas...será Sorte ou Azar?
Depois da Sáude Ataque ao ensino Publico IV
Já aqui coloquei o link para o artigo de Vital Moreira, O “ranking” do ensino secundário.
Entretanto, escrevi a VM sobre uma das questões que me preocupa: o ataque a imagem do ensino publico e os objectivos por que se escondem por trás disso. O texto foi publicado no “Causa Nossa”
O blogger deu erros quando tentei simplesmente colocar o link, por isso aqui vai:
Assim como a saúde, a educação é uma área apetecível. Nestas últimas duas semanas, com o atraso e a polémica da colocação de professores, a má imagem (não sei se até que ponto verdadeira) dada pela questão dos atestados médicos e finalmente, neste fim-de-semana, com o tal “Ranking” falacioso, o ensino público sofreu uma deterioração tremenda da sua imagem.
No fim disto tudo, a mensagem “subliminar” é fundamentalmente para as classes médias. Estas pensarão “naturalmente” em colocar os filhos no ensino privado, onde os professores são efectivos e estão altamente motivados e onde “aparentemente” os alunos obtêm os melhores resultados.
Acho por isso que há razões para achar que todo este “reboliço” em torno do ensino público poderá afinal não ser acidental.
Se no futuro, a classe media estiver retirada das escolas públicas, estas passarão a ser escolas para a classe mais pobre. Sem a presença dos famílias pertencentes a classe média, o grau de exigência dos pais em relação as escolas publicas e da própria sociedade civil em relação ao sistema de ensino estatal no país diminuirá irremediavelmente. Passará a ser como nos EUA onde até a classe média-baixa tem os filhos no ensino privado. Perder-se um certo “efeito trampolim” que a presença dos filhos da(s) classe(s) media poderiam ter para os filhos das classes baixas. A qualidade do ensino público baixará ainda mais. Teríamos assim um ensino público, ao jeito quase “misericordioso” a ensinar apenas “profissões”. Enquanto isso as elites e a classe média, no ensino privado, disputariam exclusivamente os lugares de acesso ao ensino superior (onde o melhor ainda é o público).
O ensino público poderia ser finalmente mais poupadinho, a indústria do ensino pago sairia reforçada
Será este o objectivo verdadeiro, o plano, por detrás de que se tem passado recentemente?
5.10.04
Rídiculo: Reitor da UC culpa bares e discotecas
Segundo ouvi ontem na SIC Notícias, o senhor Reitor da Universidade Católica culpa a proliferação de bares e discotecas pelo insucesso académico no ensino superior, e chega ao ponto exige mesmo que o governo tome medidas.
Comentário Abre-Surdo:
Cuitadinhos dos menininhos, que só têm 18,19,20,21 anos. Não sabem o que fazem. Como podem eles resistir aos apelos do belzebú em pegar no carro do papá e ir pra 24 de julho, para o Bairro alto ou para o parque das nações.
Fechem-se já esses antros de perdição. Os papás não andam a pagar um dinheirão lá na universidade para depois virem estes exploradores da inocência juvenil e deitar tudo a perder.
Uff haja Paciência!
Depois da Sáude, ataque ao ensino público III : O "Ranking" do Ensino Secundário , Por Vital Moreira
Depois da Saúde, ataque ao Ensino Publico II
Poucos minutos tinham passado desde que se anunciou que o problema da colocação dos professores tinha sido (mal) resolvido, e a Sr.ª Ministra já se achava com estatuto moral para lançar suspeitas sobre os professores e a classe médica dizendo que havia 9000 pedidos de destacamento específico com atestados médicos.
O DN, que cada vez mais se torna um boletim de propaganda da acção governativa, fez eco disso mesmo na sexta-feira. Dizendo que desses 9000, 2000 já desistiram do pedido de destacamento específico desde que o inspecção-geral de Educação iniciou averiguações.
Pronto, Portuguesas e Portugueses, está o problema resolvido: já se descobriram os responsáveis: não é a Senhora ministra, não é Compta, não é o Ex-ministro, nem é nenhum secretário de estado.
A culpa do atraso da colocação dos professores foi dos professores. Foram este que impediram o bom funcionamento do "software" porque realizaram uma gigantesca fraude cujos computadores do Min. da Educação se recusaram a aceitar. O que só prova que o programa era bom.
Mas não nos devemos esquecer, o governo não esquecerá a colaboração a classe médica deu a está acto hediondo. Classe médica que aliás , já se sabe, ganha muito e faz pouco e é a grande responsável pelo estado em que se encontra o serviço nacional de saúde, pelas listas de espera nas cirurgias, pelo tempo de espera nas urgências e ainda pelo futuro aumento das taxas (dês)moderadoras ( sim porque os médicos é que aumentam os custos da saúde cobrando as horas extra que trabalham).
Abaixo os professores do ensino público!
Abaixo os médicos dos hospitais!
Classe Média Portuguesa, embora para o ensino privado e para as clínicas privadas.
Depois da Saúde, ataque ao ensino público I
Há uns dias atrás ouvi de algumas pessoas a seguinte raciocínio especulativo:
O atraso na colocação de professores não se deveu a simples incompetência. Que se tratava de um necessário passo para descredibilizar o ensino público. Segundo estas vozes o plano era criar a desconfiança da classe média em relação ao ensino público. Assim esta colocaria os filhos no ensino privado. O que estimularia o surgimento de mais escolas privadas por um lado e permitiria que mais escolas públicas fossem fechadas e as que sobrevivessem ficariam assim apenas para as famílias mais desfavorecidas. A qualidade destas diminuiria irremediavelmente, livre que estariam da exigência, do acompanhamento das famílias das classes médias. Um pouco como se passa nos Estados Unidos, onde só mesmo as famílias muito pobres têm os seus filhos nas escolas publicas.
Sinceramente não quero acreditar que este governo chegue a este nível de maquiavelismo para levar a acabo o seu plano de abolir do estado todas as incumbências que deviam ser sua responsabilidade. Mas por outro lado basta pensar em Luís Filipe Pereira e o seu plano para tratar da saúde dos Portugueses e percebe-se as intenções Se na saúde para lá caminhamos, porque não na educação?
Sete Medidas para Um Programa de Esquerda
Este artigo de Luis Campos e Cunha foi publicado no Público há cerca de um mês setembro. Ainda que atrasado, pelo interesse que tem e dada a actualidade do tema, até pelos "novos(?) ventos" no PS publico-o aqui:
Estas sete propostas, naturalmente, não pretendem constituir um programa de governo, mas no seu conjunto teriam maior impacto no nosso futuro que muitos programas a que temos sido sujeitos. A maioria das medidas são, mais ou menos, conhecidas e até têm sido levadas a cabo nalguns países europeus. O que este texto tem de novo é a defesa articulada de medidas que poderiam ser o sal num programa de esquerda para mudar o país. Obviamente, cada uma delas teria que ser devidamente enquadrada num conjunto mais vasto.
1. Acabar com o sigilo fiscal (a par de uma declaração de riqueza) constitui a minha primeira proposta, seguindo, aliás, a prática dos países escandinavos. O acesso geral aos rendimentos brutos de cada um seria uma forma muito eficaz de controlo pelos cidadãos da evasão fiscal. Este combate terá sempre um impacto pequeno na consolidação orçamental, mas por razões de moralidade e equidade é absolutamente necessário prosseguir essa luta. Acabar com o sigilo bancário é menos eficaz e teria efeitos muito negativos no sistema de pagamentos a retalho, actualmente um dos mais eficientes do mundo, com os correspondentes custos para o consumidor. Não deixa de ser exemplar o que se passou na vizinha Espanha, em que o fim do sigilo bancário para efeitos fiscais levou ao surgimento de 'gangs' especialistas em extorsão (pelas contas bancárias fica-se a saber a vidinha de cada um...) e de acordo com os 'rankings' mundiais a Espanha continua a ter níveis de corrupção semelhantes a Portugal. Note-se que o sigilo bancário para efeitos fiscais já foi muito suavizado no segundo governo socialista e, naturalmente, não existe para crimes graves como tráfico de droga, prostituição, lavagem de dinheiro...
2. A segunda medida proposta também teria impacto fundamental na moralização da vida pública portuguesa: alterar a lei da droga. A droga deveria ser distribuída gratuitamente por receita médica, acabando, assim, com a possibilidade de realização de lucros ao maior negócio provavelmente existente em Portugal. O marketing dos traficantes deixaria de existir, "dealers" deixariam de ter interesse em seduzir os nossos filhos, a sociedade e as instituições seriam menos corrompidas e todos estaríamos mais seguros. Neste aspecto o exemplo dos suíços - também eles são um pequeno país - deveria ser tomado como referência.
3. Na área partidária é fundamental acabar com o financiamento privado dos partidos. Esta terceira proposta de financiamento exclusivamente público, que há muito vem sendo falada, permitiria isolar os partidos de compromissos pouco claros e de conflitos de interesses a que estão sujeitos, ficando mais imunes a "lobbies" ilegítimos, quando não mesmo ilegais.
4. Mas é também necessário atrair mais e melhores pessoas para a actividade política. Há dias, por mero acaso, revi a lista dos deputados-constituintes de 1975-76. De facto, estava lá o melhor que o país tinha e, comparativamente, a situação actual é triste e paupérrima, pese embora o empenho de algumas andorinhas em fazerem a Primavera... Sugiro, assim, como quarta proposta, que o vencimento das pessoas em cargos públicos seja (apenas como exemplo) 50 por cento acima da média dos rendimentos do trabalho declarados em IRS nos 3 anos anteriores a tomar posse! Em cargos estritamente políticos é necessário remunerar a função, mas também a pessoa. Desta forma afastar-se-iam da política os menos honestos e poderíamos contar com pessoas mais qualificadas. O impacto na despesa pública seria mais que compensado pelos resultados na qualidade e transparência da governação do país.
5. Noutra área bem diferente, pelo menos aparentemente, seria fundamental acabar com a dependência do financiamento das câmaras em relação a novos projectos urbanísticos. Esta quinta proposta, seria essencial para acabar com a construção indiscriminada, em prejuízo da indústria do turismo de qualidade, da preservação do património arquitectónico e arruinando o ordenamento do território, já para não referir as mais que indesejáveis dependências (de partidos e câmaras) face a empresas de construção civil.
6. Simultaneamente, sexta proposta, seria levantado um imposto sobre a terra: meio cêntimo por metro quadrado, por exemplo. Este imposto seria muito fácil de cobrar e não prejudicaria os mais pobres, o que não deixa de ser muito interessante, pois a teoria económica ensina que os "melhores" impostos são também em geral socialmente injustos. Este caso é a excepção. Mas os efeitos secundários do imposto sobre a terra seriam muito mais importantes. As terras improdutivas seriam postas no mercado, naturalmente os preços cairiam o que beneficiaria o investimento no sector primário. O emparcelamento surgiria sem imposição estatal, o abandono das terras seria penalizado, a dita desertificação seria contrariada... e até os fogos de Verão teriam mais dificuldade em se propagar...
7. Por último, não posso deixar de referir uma medida que me é particularmente cara e que defendo há anos e anos: introduzir o inglês na pré-primária. Já que outra linguagem ninguém ouve, saliente-se que esta é a forma mais barata para o Estado de ensinar inglês. Mas muito mais importante, alteraria a prazo a especialização e as vantagens competitivas na localização da actividade económica, factor essencial no mundo globalizado de mobilidade de capitais. Há muito que se refere uma banalidade: "o modelo português de desenvolvimento está esgotado"! Mas a generalização, desde a pré-primária, do ensino do inglês faria mais pelo desenvolvimento que as dezenas de "pedipes" levadas a cabo nos últimos 20 anos! E mais barato, mais uma vez...
Um velho professor meu avisou-me um dia que nunca se põe mais de uma ideia num artigo. Eu ousei falar em sete, mas com a consciência de que cada uma delas merecia um artigo, em especial o problema do sigilo fiscal como contraponto ao sigilo bancário, a alteração das leis da droga e o imposto sobre a terra.
Mais ainda, a lista é manifestamente incompleta. Por exemplo, apenas para falar do ensino superior necessitaria de vários artigos.
No entanto, com estas sete medidas teríamos a prazo, mais ou menos curto, políticos, partidos e um Estado mais fortes e independentes para enfrentarem os grandes "lobbies" e as forças corporativas mais imobilistas. E elas são muitas, desde logo o poder económico, mas também os professores (incluindo os universitários), os juízes, os médicos, os jornalistas...
Um aviso importante: defendendo estas medidas, perder as eleições poderá ser uma honra, mas é também muito provável!
Luis Campos e Cunha
Professor de Economia Universidade Nova de Lisboa
3.10.04
Humor Abre-Surdo: Polémica sobre a classificação Taxionomica de João Jardim continua
(Para melhor perceber este post, convém que o leitor leia os dois posts anteriores, começando pelo mais antigo.)
Na sequência de Alberto Jardim ter revelado não ser afinal uma besta, a polémica instalou-se por causa da grande dificuldade em classifica-lo segundo critérios taxionómicos precisos.
Neste momento há três correntes:
Os darwinistas que defendem que a únicas certezas são que João Jardim pertence ao reino animal, é um vertebrado e provavelmente da classe dos mamíferos. Depois disso pouco se sabe.
Já os criacionistas, representados nesta questão pelos defensores da teoria do “design inteligente”, afirmam que simplesmente não é inteligente considerar Alberto João um mamífero dadas as muitas e dificilmente refutáveis provas de que será um lamelibrânquio “agigantado”.
Mais interessante e unificadora é a opinião de duas cientistas portuguesas, uma geóloga e uma paleontóloga, que recentemente publicaram um artigo na revista Nature em que defendem que João Jardim será da facto um vertebrado, mas da classe dos répteis habitualmente localizados no período Jurássico e Cretácico que tendo conseguido escapar ao design inteligente do PSD sobreviveu até aos nossos dias.
Humor Abre-Surdo: João Jardim também não é um equídeo
Na sequência de notícias recentes (ver post anterior), o Abre-Surdo está agora em condições de revelar que sabia desde há muito que João Jardim não era uma besta, tampouco é um Equídeo e nem sequer pertence a família dos perissodáctilos.
Grande Notícia: João Jardim desmente ser uma Besta
Na capa da revista Única (do Expresso)em que aparece Alberto João Jardim, fumando um charuto (que não é cubano de certeza) pode-se ler a afirmação proferida pelo mesmo: “Não sou uma besta!”
Comentário Abre-Surdo: Obrigadinho pelo esclarecimento.
Humor Abre-Surdo: PSD e CDS fazem pacto secreto que só o Expresso conhece.
Numa tentativa bem intencionada do expresso e do arquitecto Saraiva para impedir um colapso governativo, a grande notícia do fim-de-semana era o acordo pré-eleitoral entre Santana e Portas para que o PSD concorra sozinho às legislativas desde que depois convide o CDS para o Governo,o que acontecerá mesmo que o PSD obtenha a maioria absoluta.
Os porta-vozes de ambos dos partidos da maioria já vieram desmentir. Não era preciso. Mesmo os mais desatentos percebem que a notícia é falsa: O acordo não é entre o PSD e o CDS mas sim entre o PPD e o PP.
Já agora, uma pergunta: andará o Arquitecto Saraiva ao publicar notícias destas no Expresso a tentar fazer concorrência ao Inimigo Público e ao Inépcia?
Arrogância de Gama
Quem caísse de pára-quedas no congresso do PS e ouvisse os comentários de Jaime Gama, pensaria que tinha sido ele o vencedor das eleições para secretário-geral do PS.
O pior é que Gama tem-se por um Pinto da Costa no que à ironia diz respeito. Mas o escárnio e o menosprezo que demonstrou para com Manuel Alegre e os seus apoiantes são um insulto ao tão propagado pluralismo do PS. Por isso mesmo, muitos dos apoiantes de Sócrates não gostaram de o ouvir.
Este senhor, Jaime Gama que tanto quanto sei nunca encabeçou candidatura a coisa alguma, que quando Guterres se demitiu foi dos primeiros a assobiar para o lado a fingir que não era nada com ele e que foi dos “notáveis” que apoiaram Sócrates aquele que mais permaneceu calado durante o período eleitoral agora acha-se no direito de mandar calar os “derrotados”.
Tivesse ele tido uma coragem proporcional a imagem que tem de si próprio e teria também sido candidato. Aí veria a verdadeira opinião que as bases do PS têm dele.
2.10.04
Kusturica é um milagre
Mais uma vez, Kusturica mistura, o bizarro, o hilariante, o triste, os vários tipos de amor, a guerra, a música, os sonhos e outras tantas coisas e obtém como resultado poesia. Poesia da mais bela.Um filme quixotesco, cheio de luz, cheio de vida, cheio de amor.
O filme "A vida é um milagre", de Emir Kusturica é ele próprio um milagre. Este filme não é o primeiro milagre de Kusturica, mas é talvez o mais assombroso. Cinema assim faz todo o sentido e vale mesmo a pena.
1.10.04
Luanda prepara-se para receber José Sayovo em festa
O atleta angolano José Sayovo, o homem mais rápido do mundo do desporto paralímpico, vai ser recebido como um herói quando chegar sábado a Luanda, vindo de Atenas, onde ganhou três medalhas de ouro e bateu três recordes mundiais. José Sayovo, de 30 anos, dominou por completo os 100, 200 e 400 metros para cegos nos Jogos Paralímpicos de Atenas2004, vencendo as nove provas em que participou, incluindo as eliminatórias, sempre com larga vantagem para os seus mais directos adversários.
Sócrates, o sofista
É sintomático do país em que se vive, que os jovens portugueses venham a familiarizar-se com o nome Sócrates por causa de um sofista.
Palavra de Ou(t)ro: Vital Moreira
Três temas em três parágrafos de Vital Moreira.( os dois primeiros publicados no Público dia 28 no artigo o "Príncipio de Sócrates" e o último no Blog Causa Nossa)
1.Depois de ter recusado um inquérito parlamentar ao desastroso processo da colocação de professores, pedido pela oposição, o Governo veio anunciar um inquérito "doméstico", a realizar no âmbito do Ministério da Educação, que obviamente não vai investigar a responsabilidade da própria ministra. Está visto que a melhor maneira de desviar a atenção pública da inepta condução ministerial do processo é tentar atraí-la para insinuadas condutas ilícitas de terceiros desconhecidos. Clássico!
2. Alguém fez esta pergunta certeira: algum banco privado quereria Celeste Cardona para administradora? É inaceitável a transformação do banco do Estado em retiro dourado de ex-governantes do PSD e do PP, para mais sem competências para tal cargo. Depois do escândalo da pensão de Mira Amaral, esta nomeação é simplesmente "obscena" (como diria o ministro das Finanças, se fosse coerente).
3. Nenhuma situação corresponde melhor à noção de privilégio (= regalia, prerrogativa, isenção) do que aquela que permite à Igreja Católica beneficiar de um estatuto singular, acordado por si mesma, distinto da lei geral, ou seja, a lei da liberdade religiosa, que vale para as demais religiões.
A nova Concordata com o Vaticano, que prolonga e substitui o regime da Concordata de 1940, celebrada em pleno Estado Novo, é hoje aprovada na Assembleia da República numa sessão sumária, depois de ter sido negociada em sigilo, à margem de qualquer conhecimento da opinião pública.
Não se trata propriamente de um ponto alto do regime democrático.